Ouça o início do desfile da Estação Primeira de Mangueira

PRESIDENTE:
Guanayra Firmino
ENREDO:
“À flor da terra – No Rio da negritude
entre dores e paixões”
CARNAVALESCO:
Sidnei França
BATERIA TEM QUE
RESPEITAR MEU TAMBORIM:
Mestres Rodrigo Explosão e
Taranta Neto
COMPOSITORES:
Lequinho, Junior Fionda
Gabriel Machado, Julio Alves
Guilherme Sá e Paulinho Bandolim
INTÉRPRETES:
Marquinho Art’Samba e
Dowglas Diniz
Sou Luanda e Benguela
A dor que se rebela
Morte e vida no oceano
Resistência quilombola
Dos pretos novos de Angola
De Cabinda, suburbano
Tronco forte em ribanceira
Flor da terra de Mangueira
Revel do Santo Cristo que condena
Mistério das Kalungas ancestrais
Que o tempo revelou no cais
E fez do rio minha África pequena
Ê Malungo, que bate tambor de Congo
Faz macumba, dança jongo
Ginga na capoeira
Ê Malungo, o samba estancou teu sangue
De verde e rosa
Renasce a nação de Zambi
Bate folha pra benzer pembelê
Kaiango guia meu camutuê
Mãe preta me ensinou
Bate folha pra benzer pembelê
Kaiango sob a cruz do seu altar
Inquice incorporou
Forjado no arrepio
Da lei que me fez vadio
Liberto na senzala social
Malandro, arengueiro, marginal
Na gira, jogo de ronda e lundu
Onde a escola de vida é Zungu
Fui risco iminente
O alvo que a bala insiste em achar
Lamento informar
Um sobrevivente
Meu som por você criticado
Sempre censurado pela burguesia
Tomou a cidade de assalto
E hoje no asfalto, a moda é ser cria
Quer imitar meu riscado
Descolorir o cabelo
Bater cabeça no meu terreiro
É de arerê, força de Matamba
É dela o trono onde reina o samba
Sou a voz do gueto, dona das multidões
Matriarca das paixões, Mangueira
O povo banto que floresce nas vielas
Orgulho de ser favela

Locutor nas escolas de samba do Rio de Janeiro.
Analista de Sistemas, Jornalista (RG 39675/RJ).
Radialista, Compositor e Intérprete.
Repórter do site Carnaval Carioca.