Compositores:
Moacyr Luz, Bruno Souza
Leandro Almeida e Pedro Terra
Intérprete:
Pixulé
Mangueira
Teu cenário
É poesia
Liberdade
E autonomia
Que o negro
Conquistou ôôô
Mangueira
A alvorada anuncia
O legado
A dinastia
A sabedoria
Se chama Angenor
Nesse solo sagrado
O samba ecoou
Tem cantor
Mestre-sala
E compositor
Lustrando sapato
Vendendo jornal
Chapéu de pedreiro
No mesmo quintal
Três iluminados
Reis do Carnaval
As rosas
Não falam
Mas são
De Mangueira
Eu vi seu Laurindo
Beijando a bandeira
José Clementino
Na flor da idade
O sol colorindo
A minha saudade
É verde e rosa
A inspiração
A devoção
Por toda nossa raiz
Quem traz a cor
Dessa nação
Sabe que o morro
É um país
A voz do meu terreiro
Imortaliza o samba
E quem guardou
Com amor
O nosso pavilhão
Tem aos seus pés
A nossa gratidão
Só sei que Mangueira
É um céu estrelado
Não é brincadeira
Sou apaixonado
A Estação Primeira
Relembra o passado
Valei-me Cartola
Jamelão e Delegado
Compositores:
Ézio San
Carlos Henrique
Thiago e Robson
Intérprete:
Celsinho Mody
Em cada “canto”
Do morro haverá
Um quê
De arengueiro
E “Minha” viola
A “Rosa”
De raro perfume
Do verde ao lume
Do sonho à escola
Na “Alvorada”
Em poesias
“Construindo”
Melodias
Cordas de aço
Em nossa trincheira
E se “O Mundo
É um Moinho”
A sorrir
Em meu caminho
Volto à
Estação Primeira
“Minha Mangueira”
Nunca se esqueça
De quem
É a sua voz
O povo
“Interpreta”
Na avenida
Quem “interpretou”
Em vida
A emoção
De todos nós
Quem sou eu
Pra ter direitos
Exclusivos sobre ela?
Se o samba
É matriz
Lá na favela
E o artista
No asfalto…
“Autoridade”
Feito o Pai
Da nota dez
Ilustre filho
Deste chão
Conduz em passos
Tão lindos
Uma legião
De Angenores
Josés e Laurindos
Que tiram versos
Da “Cartola”
Em doces notas
Feito “Jamelão”
O samba nasceu
“Delegado”
À Primeira Estação
Soa Poesia
Na voz dessa gente
Retinto bailado
Gingado indolente
A trinca de ouro
Da nossa Cultura
Eu sou a Mangueira
Ninguém me segura
Compositores:
Paulinho Bandolim
Renan Brandão e
Guilherme Ayres
Intérprete:
Bico Doce
Mangueira
Nos acordes
Da saudade vai buscar
O Angenor
Que escolheu
As nossas cores
Cimentou a poesia
Nesse morro singular
Enfim…
Ah… meu jardim
Onde a brisa
Traz inspiração
Habitado por versos
E mãos calejadas
O chão da pobreza
Me fez realeza
E ainda que
As rosas não falem
Seu perfume exalam
Por nossa escola
Inebriam meninos
Que sonham
Em ser Cartola
Ouça a minha voz
No sobe e desce
Das ladeiras
No cantar
Das lavadeiras
No timbre
Do bamba José
Ouça a minha voz
Na apoteose
Um trovão
De Lupicínio
As gafieiras
Ecoa o rei Jamelão
Dinastia
Do velho Marcelino
Laurindo
Obá da favela
Em cada corpo
Um bailarino
Ginga feito
Drible na viela
No asfalto
Sentinela
Do estandarte
Sou mestre-sala
Carrego um legado
Em meus pés
Aprendi com delegado
A flutuar
Pra ganhar a nota 10
Eu sei que no céu
Eles brilham por nós
Parecem estrelas
Da minha bandeira
São pretos reis
Iluminando
A Estação Primeira
Você sabe
O que é ter
Um amor?
Mangueira
Meu dom é compor
Cantar e dançar
Por você
A vida inteira
Herdei a nobreza
Do samba
O mesmo sangue
Na veia
Compositores:
Ailton Graça
Beto Savana
Índio da Mangueira
e De Deus
Intérprete:
Gilsinho
Poesia corre chão
E desce o morro
Paz pra quem
Pede socorro
Luz de quem
Vive “a sorrir”
“Alvorada”
Onde a vida
Faz escola
Tal qual versos
De Cartola
Entre notas a florir
“Bate a saudade”
Outra vez
E me faz recordar
“Minha” insensatez
Se “o sol nascerá”
Sobre a negra tez
Pra luta construir
E a voz retinta
Da favela
Acorde sentinela
Com as bençãos
Do Xangô
E a voz da saudade
Em mim
“Ela disse-me assim”
“Minha Mangueira”
É feito constelação
Berço de amor e fé
Parece um céu no chão
“Minha Mangueira”
É poesia na canção
Paixão eterna
Ao tom de Jamelão
Dança menino
Com paetês
Em bordados
“Prende” a moça
Na conversa, Delegado
Obá dos cortejos
Ao meu pavilhão
Um bailarino
Descendente do gingado
Mestre-sala
Da Primeira Estação
Mangueira
“Roseira” de sonhos
Meu melhor “castigo”
Na luta que resiste
Em tua história
Onde o Preto
Do morro encontra
Abrigo
“Ouça-me bem, amor”
Pelas vielas
Cuida dos teus meninos
A negritude hoje
Veste verde e rosa
Se inspira em Angenor
José e Laurindo
“Preste atenção, querida”
Pelas vielas cuida
Dos teus meninos
A negritude hoje
Veste verde e rosa
Se inspira em Angenor
José e Laurindo
Compositores:
Lequinho
Junior Fionda e
Gabriel Machado
Intérprete:
Tinga
Obá…
Da corte
De Mangueira
Angenor de Oliveira
Do vigor e do lamúrio
A reza de quem preza
A fina prosa
Verde e rosa
Pranto de orgulho
Ê babá de todo
Preto que empunha
Sua obra testemunha
Do suor
Da nossa gente
Humilde e tão pobre
De socorro
O poeta fez do morro
A nobreza
Mais pungente
Rei José
Canto livre
No terreiro
A tua voz é
Voz do samba inteiro
Rei José “bispo”
Negro saravá
És “dos santos”
Entidade em nosso
Altar
Meu solo sagrado
É filosofia e amor
Fez “Da silva”
Majestade
Lembrando o cortejo
Mais lindo
Os pés rabiscam
Poesias de Laurindo
E é por isso
Que eu insisto
Em escrever
Será assim por todo
O tempo
Em que eu viver
Só me fascina
Mangueira…
Infinda semente
Plantada
Regada
De arte e fé
Eis o fruto
Que semeia
Musa do compositor
A razão de todo amor
Que corre na veia
Quem me conhece
Ao longe
Sabe do meu legado
Sou da escola
De Cartola
Jamelão e Delegado
Yabá do povo preto
Mangueira
Roseira que vem
Do Gueto
Da Primeira Estação
Onde o samba
É fundamento
Mangueira
Assentamento
Dos orixás da nação
Compositores:
Kátia Rodrigues
Rapha Maslionis
Marcos Thiago e
Cacá Camargo
Intérprete:
Lá vem
Patente alta
Sou a voz do Morro
Poesia a bailar
Eu sou Mangueira sim
Eu sou Mangueira sim
Mangueira meu amor
Nunca tem fim
Todo Filho Fiel
É herdeiro
Das Majestades
E das estrelas
Do céu
Que em algum momento
Traduziram boemia
Dor de cotovelo
E “pés no chão”
A arte
Floresce
Em Mangueira
Poesia
De um Angenor
Plantou
Em nosso peito
A mais linda flor
Das mãos calejadas
O verde e rosa
Se perpetuou
Chora, disfarça
E chora
O morro clama
Por Cartola
Finda essa saudade
O sol nascerá
Mangueira
Para sempre
Hei de te amar
Ecoou
Há um intérprete
Em cada morador
Um Zé a cantar
A eternizar
A voz que jamais
Se calou
Ecoou, “O morro
Veio te chamar”
De volta
Ao Palácio do Samba
Ah, se essas paredes
Pudessem falar
A arte seduz
Em Mangueira
Como o Príncipe
Da Ralé
Num chão riscado
De paetês
Corpos pretos
Que bailam
E encarnam
Obá da Favela
Ah…
Se eles soubessem
Dos Laurindos
Vivos em seus
Pés retintos
Nos trilhos
Da Estação Primeira
Compositores:
Aníbal, Luiz Dias
Luiz da Madeira e
Ricardo Rossi
Intérprete:
Thiago Brito
A Mangueira
Chegou
Pra contar
A história
De três reis
Pretos, filhos
Da favela
Bailado
Canto e poesia
Não posso viver
Sem ela
Corra
E olhe o céu
O grande Deus
Anunciou
A fina realeza
De bambas
Alicerce o palácio
Do samba
A trinca
Que está na memória
Que corre nas veias
Becos e vielas
Plantaram a linda
Semente
Que germina
Eternamente
Mangueira do morro
Do asfalto, da gente
Baila gira
Gira, roda
Protege o pavilhão
O Mestre canta
Com a voz do coração
Eu vejo as rosas
Em cada ladeira
Escritas em versos
Na Estação Primeira
Mas se elas
Não falam
Elas lutam
Com a certeza
De que o sol nascerá
Alvorada colorida
De beleza
Sem o verde e rosa
Não consigo
Me encontrar
Cartola, Jamelão
E Delegado
Muito mais
Que um legado
DNA da nação
Ainda é cedo amor
Solta a voz
Risca esse chão
A minha herança
Foi o samba
Que deixou
Compositores:
Clovis Pê
Fabio Martins e
Monami Shumacker
Intérpretes:
Clovis Pê e Tem Tem Jr.
Tem poesia
Na Estação Primeira
Paira no ar
Um canto forte
Em oração
São três estrelas
No céu iluminando
A nação
Cartola, Delegado
E Jamelão
Mangueira
Abre a cortina
Do passado
No poema
E no gingado
Entoado pela voz
Que arrastava
Multidões
Teu samba
Transbordando
Corações
O gênio concebeu
Em duas cores
Entre alegrias
E dores
Declamou sua paixão
Onde é essência
Verdadeira
Angenor de Oliveira
Foi Cartola
Por consagração
Gira moinho
A rosa exala
Em Mangueira
Olho pro céu
E sem disfarçar
Preciso me encontrar
Quem me vê sorrindo
Vai me ver chorar
Quando a verde
E rosa desfilar
Ecoa pelos becos
E vielas
Todo canto
Da favela
Com a força
De um trovão
José é a voz
Da identidade
Assentado
Em seu trono
E batizado Jamelão
Risca a avenida
Com primor
De um bailarino
Mestre do bailado
Com a leveza
De um menino
Preto, Obà
Em seu reinado
Um príncipe
Laurindo, delegado
Mangueira
Hoje canta
Em reverência
São três coroas
De excelência
Herança cravada
Na alma
Incorporada
Por artistas
Geniais
Orgulho de tantos
Carnavais
Compositores:
Leandro Fregonesii
Rafael dos Santos
Raul de Souza e
Fernando
Intérprete:
Igor Vianna
Mangueira é…
Palácio erguido
Da ralé
Com mãos
De poesia e fé
Cenário tão divino
É o morro…
Onde um pedreiro
Compõe na viola
As mais bonitas
Canções da escola
E escolhe
As cores
Da bandeira
Ê, favela…
Um engraxate
Jornaleiro
Cantando nosso
Cancioneiro
Faz o mundo
Se arrepiar
Ó Mangueira…
Quem veio
Do teu ventre baila
Feito o balé
Do maior mestre-sala
Te orgulha, mãe
De quem tu és
Te orgulha, mãe
De quem tu és
E bota essa Avenida
Aos teus pés
Me embala
Me leva
Mangueira é terna
Me embala
Me leva
Primeira… Eterna
Terra fértil
De valores
Josés e Angenores
Laurindos no altar
Eu vim de lá
Batuqueiro
E ajudante
Quem balança
No barbante
Samba pra
Se equilibrar
Eu vim de lá
Flanelinha
E ambulante
Quem balança
No barbante
Samba pra
Se equilibrar
Lá no morro…
Quem é “cria”
Tem o sangue
Vencedor
Nasce livre
Pra ser
O que sonhou
Jamelão, Delegado
Cartola
Pros braços
Do povo de volta
A verde e rosa
Meu amor
Compositores:
Tiago Makula
Fábio Nascimento
Júlia Miranda e
Renan Sant’anna
Intérprete:
Eu vi a flor
Que Angenor
Regou um dia
num jardim
De poesia
Que ilumina
O meu caminho
Desde menino
Nos braços
Da boemia
Violão em companhia
Nesse mundo
Que é um moinho
O chapéu
Coco ontem
Hoje é Cartola
Fez da rua
Sua escola
Com Cachaça
Seu parceiro
De tantas cores
Escolheu
A Verde e Rosa
Um pedreiro
Em verso e prosa
Do bloco
Dos Arengueiros
Se as rosas
Não falam, amor
Deixa eu falar
Vou dançar
Vou compor
Deixa eu cantar
Minha Mangueira
Brinda aos reis
Da pele preta
Viva o legado
Voz, bailado
E caneta
Saruê…
Foi da graxa
Aos jornais
O orador
Dos imortais
Trovão das rádios
Gafieiras
É José…
O Jamelão
Dos carnavais
Cantor sim
Puxador jamais
A voz
Da Estação Primeira
Dar vida
Ao escrito
E cantado
Encantar
Qualquer jurado
Mestre-sala nota 10
Na Praça Onze
Laurindo
Foi consagrado
Cem anos de Delegado
E a magia
Dos seus pés
Sacode a poeira
Risca esse chão
Dançou Delegado
Cantou Jamelão
Na Verde e Rosa
O poeta
Deita e rola
Ôôô Cartola
Ôôô Cartola
Compositores:
Chico Professor
F. Feijó
Maninho Veiga e
Marcelo Cassália
Intérprete:
Bate outra vez
O meu coração
Descendo a ladeira
Olhando pro céu
Inebriado na memória
Dessas cores
Sou poesia
Edificada no papel
Aos amores
Dores e partidas
A certeza
Que o sol nascerá
É alvorada
Ouça-me querida
Nas voltas da vida
Um Angenor a sorrir
Em seu lugar
A voz vai encontrar
Cartola…
A voz vai encontrar
A voz vai encontrar
Cartola…
A voz vai encontrar
Sou o timbre retinto
De um Zé Clementino
Dos Santos
Dos deuses
Onde o morro
For falar
Vai ecoar
Como um trovão
Marcando o som
Que resiste
Na beleza que reside
Pelo cenário
Da Primeira Estação
Negro Rei
O corpo quer dançar
Negro Rei
Bailado de um Obá
Bailado de um Obá
Negro Rei
O corpo quer dançar
Negro Rei
Vou desafiando
O tempo
Sou a arte
Em movimento
Realeza em cada dez
A leveza e elegância
Príncipe da ralé
Risco o chão
No dia a dia
Passo a passo
Lá vou eu
Toda ginga
É de Laurindo
A semente floresceu
Eu sou Mangueira
A bandeira da favela
Eu sou Cartola
Delegado e Jamelão
Fala comigo
Entre becos e vielas
A minha essência
É a negrura
Desse chão
Compositores:
Deivid Domênico
Thomaz Miranda
Felipe Filósofo
e Mama
Intérprete:
Wantuir
Participação Especial:
Cacá Nascimento
Acontece…
O verde-e-rosa
Em cada Angenor
Do morro
Em negras rimas
Pra fazer
Secar o choro
Vindo do pedreiro
De mãos virtuosas
Que plantava versos
Onde nascem rosas
E do alto o sol
Vem colorindo
De beleza
Os barracões de zinco
“É tão lindo”
A poesia sorrindo
Apesar da incerteza
Lá em Mangueira
No breu da noite
Cada dia há uma voz
É trovoada que ressoa
No jequitibá
E benze a “Folha Morta”
Feito herança
Colhido num “Tantinho”
De esperança
Um doce Jamelão
Nos lábios de Josés
Desfila sua prece
Em primazia
Do Buraco Quente
Candelária e Chalé
Hoje baila
O mestre-sala
Das ralés
De legado
O corpo preto
Desenhando melodias
Com os pés
Suor que dança
No rosto
Defendendo o pão
De cada dia
Trabalha a dor
No couro
E na platinela
Pisa macio
Risca a miséria
Do sangue que corre
Em cada Obá da favela
Mangueira
É a ginga da palavra
É a arte desse povo
Realeza do cantar
Todo mundo
Te conhece ao longe
Todo mundo
Quer te ver passar
Compositores:
Marcus Muniz
Márcio Bola
Ronie Oliveira e
João Carlos
Intérprete:
Leozinho Nunes
Sonhei
Pintei o morro
Em verde e rosa
Te dei meus versos
Minha escola
E o surdo hoje
“Bate outra vez”
Eu plantei
Uma semente
Na alvorada
E nasce
Uma trinca de reis
Sorrindo eu enxugo
O meu pranto
Então te chamo
Pois vou falar
Sobre nós
No tronco
Eu vi
Os personagens
Que são inspiração
Mas a razão
De ser um só
É esse amor
Que nem cabe
Na canção
Pus meu chapéu
Terminei a obra
E fui sambar
A arte
Dessa pele preta
É a riqueza
Que vamos levar
Sou o poeta
Que mora
Em Mangueira
Danço onde cresce
A roseira
Fruto de um canto
Que espreita e parece
O luar, laiá laiá
Do engraxate
Até a gafieira
Moça, me traz
A bandeira
No corpo e na alma
De um povo
O sol nascerá
Eu sei
Que já fui vendedor
Mas jamais puxador
Comunidade
Um dia
“Ela disse-me assim”
Meu desfile cruzou
A eternidade
Risco esse chão
Flutuando a bailar
Teu coração é meu par
Coroado eu fui
Lá no Palácio
De Mangueira
Todo herdeiro
Da nobreza
Carrega o meu brilho
Em teu olhar
“Ainda é cedo, amor”
Ainda há tempo
De entender
Pobre… É quem
Não tem valor
Sou a favela
Que você não vê
Diga quem sou
Estação Primeira
Sou a voz
Samba no pé
E o dom
Que nos criou
Diga quem sou
Pra nação inteira
Somos todos
José Laurindo
De Angenor
Compositores:
Alexandre Naval
Claudinho Melodia
Felipe Augusto e
Igor Oliveira
Intérprete:
Serginho do Porto
Chegou o dia
Da Estação Primeira
Falar dos seus frutos
Mangueira
Mostrar sua herança
E raiz
É o samba quem diz
Sua a riqueza
Vem dos becos
E vielas
É verde e rosa
A poesia da favela
Embalada pelo dom
Do Angenor
Que construiu
E transformou
Sem choro e tristeza
Alvorada raiou
Sem choro e tristeza
O morro cantou
Poder ouvir
A voz da emoção
Menino engraxate
No tom da canção
Seguiu seu destino
José Clementino
Embalando a nação
Um obá
Riscava o chão
No bailar
A devoção
Um Obá
Laurindo era
A garra verdadeira
Cortejando
A porta-bandeira
Defendeu
Seu pavilhão
Saudade…
O tempo não apaga
A história
Pra sempre
Eternizados
Na memória
Relíquias
Dos carnavais
São mestres imortais
Amores e glórias
Sem fim
Pro coração palpitar
“Tem que respeitar
Meu tamborim”
Sou Mangueira
Esperança
No raiar
De um novo dia
Deixando para o povo
Seu legado
Cartola, Jamelão
E Delegado
Compositores:
Márcia Bororó
Paulo Roberto
Genésio Ferreira
e Aline Soares
Intérprete:
No morro
Onde é tão bela
A alvorada
“Bate outra vez…”
Saudade
É luz, inspiração
O príncipe
Construiu
Nossa escola
Em vez de coroa
Cartola
O cetro
Seu plangente violão
Lá brotam rosas
Nos jardins
E tamborins
Para anunciar
A mais querida
Vai passar
De tanta sedução
Me faz sonhar
Mangueira
Exalando poesia
Perfume roubado
Da canção
Nas ladeiras
Tem arte e magia
Estação Primeira
Da paixão
A voz que ecoa
Nos corações
Eternizou
Poetas, canções
Fez do meu samba
Um brado de amor
O cantar
Do rei preto
Jamelão
Invade a alma
Feito oração
Divina voz
De um trovador
Cenário onde Delegado
Fidalgo bailarino
Herdou do grande
Mestre Marcelino
A arte da bandeira
Cortejar
A vida… no morro
De Mangueira
É repleta
De lembrança
Mas arde a chama
Da esperança
Que um novo
Sol nascerá
No Palácio do Samba
Toda nobreza
De Angenores
Laurindos, Josés
Sagrada herança
Riqueza
Verde e rosa
Na veia
E samba nos pés
Compositores:
Márcio Dias Di Fininho
Marcelo Kaká e
Francisco Medeiros
Intérprete:
Leandro Santos
Mangueira
Traz na cartola
A poesia
Canto, dança
Verso em sintonia
Quem desce do morro
Pro asfalto
Pra desfilar
Traz no sangue
O talento que tem
Em Mangueira
Já nasce herdeiro
Sambar com fé
Faz parte
Samba no pé é arte
A arte nasce
Na simplicidade
Pulsando em um só
Coração
Bailarino, pedreiro
Engraxate
Em Mangueira
Herança
Da Estação Primeira
Eu sou a flor
Que antecede
O meu pavilhão
Em verde e rosa
Vibram as cores
Da minha emoção
Minha identidade
Tá no grito
Da comunidade
Yes, nós temos
Braguinha
Caymmi mostra
Ao mundo o que
A gente tem
Eu sou o reino
Das palavras
Sou Chico Buarque
E não tem
Pra ninguém
Brazil com “Z”
É pra cabra
Da peste
Com “S” Nordeste
Ontem é hoje
Eterno amanhã
Mangueira
Supercampeã
Pra ser Mangueira
Tem que florescer
Crescer num jardim
De rosas
Muito obrigado
Cartola, Jamelão
Delegado
Com seu legado
Sou verde e rosa
Compositores:
Amendoim do Samba
Pedro Parker
Jairo Limozine e
Rogério Mangueira
Intérprete:
Desculpe
Se eu chorar
A minha escola
É rei da dança
Rei da voz
Rei da composição
Nessa trinca de reis
Mangueira é menestrel
Eu tiro meu chapéu
No princípio era céu
Era chão e era sol
Tinha o rei da ralé
(Com talento divinal)
Que deu nome
Luz e cor
A todo esse esplendor
Que hoje eu chamo
Mangueira, Mangueira
Mangueira… Mangueira
Seu palácio
A sala de recepção
Soa acordes de cartola
Entre becos e vielas
Vem em forma de canção
Que percorreu
Por todo universo
Zicartola como ícone
Da história
Que hoje
Eu trago na memória
Baila mestre-sala
Ginga com seus pés
Conduz meu pavilhão
Mostra quem tu és
Salve Delegado
O seu legado
É nota 10
Já, que a saudade
É permissível reviver
O dom da arte
Que essa terra
Viu nascer
Que rendeu frutos
É herança
Da Estação Primeira
A sinfonia
E a sutileza
Da sua voz
Que marcou gerações
Por todo nós
A alma invade
Mais que saudade
Dos antigos carnavais
Ainda é cedo amor
Vem decantar
Ouvindo a voz
Do mestre Jamelao
Ressoa o tamborim
E a marcação
Me leva que eu vou
Atrás da verde e rosa
Ainda é cedo amor
Quero bailar
Com Delegado lá no céu
Quisera eu descer
O morro e cantar
Ao lado do mestre
Cartola
Compositores:
Guto Guimarães e
Marlon Caetano
Intérprete:
Chegou
A Estação Primeira
O “jequitibá”
Do samba
Prazer…
Eu sou Mangueira
Tronco forte
Raiz de bamba
Tão lindo
Relicário de beleza
Doce altar da natureza
Fonte de inspiração
De onde bacharéis
Da alegria
Representam fidalguia
Os “Reis Negros”
Da nação
E esse cenário
De tantas histórias
Perfaz o passado
Um tempo feliz
O cheiro de rosas
Remete às glórias
Orgulho e herança
De lindo matiz
Cantando
Em verso e prosa
O amor
A verde e rosa
Eternamente
Nosso professor
Poeta, gênio
Que nos deu a cor
E ao som
Da Tabajara
Com voz retinta
E rara
A maciez da fruta
Deu o tom
Em serenatas
Revelou o dom
Garboso
Vem um bailarino
Lembrar Marcelino
Riscando o chão
Prendendo os corações
E hoje…
Lá do céu abençoando
São presentes
De verdade
Na cor, na raça
Na comunidade
Das mãos de Cartola
Nasceu a canção
Uma voz deu a vida
Cantou Jamelão
Bailou Delegado
Honrando a bandeira
É festa no morro
É samba, é Mangueira
Compositores:
Tico da Miquinha
Bruno Mota
Victor Malheiros
e Léo Malheiros
Intérprete:
Gonzaguinha
Mangueira
Onde mora a poesia
Onde os pretos
Têm magia
Da alvenaria
Um poeta floresceu
Mangueira
Onde o canto
É alforria
Canta a dor
E a alegria
Nos versos
Que o poeta
Escreveu
Cartola
Cujo o nome
É Angenor
Preto, pobre
E sonhador
Que orgulhou
Toda Estação Primeira
Deu verde e rosa
A nossa bandeira
E se tem luar
Lá vai canção
Atire a primeira pedra
Quem nunca viajou
Na sua inspiração
O sol nascerá
E a alvorada
Lá no morro
É multicor
Mesmo calada
A rosa ainda
Exala o amor
Da bossa o fino
Salve o poeta
O cantor
E o bailarino
Uma habilidade
Triunfal
Da caixinha musical
Parecia ter saído
Flutuava
Ao riscar
O chão
Defendendo
O pavilhão
O delegado Laurindo
Bailava
Com elegância
E sutileza
Num cenário
De beleza
Com maestria
E devoção
Carnaval
O samba ferve
Em nosso caldeirão
Que ainda ecoa
Em toda nação
A voz do Rei
O Rei da voz
Voz de trovão
Jamelão…
Como falar
De Mangueira
Sem pensar
Em poesia
Em um verso
Já dizia
Mais parece
Um céu no chão
Como falar
Da mais querida
Minha escola
Minha vida
Minha religião
Compositores:
Paulo Cesar Feital
Lucas Bueno
Nina Rosa e
George de Cesar
Intérprete:
Um dia
Encarnou na cidade
A Santa Trindade
No ventre
Da Estação Primeira
O primeiro, Deus
Tornou compositor
O segundo, o pai
Um cantador de amor
O terceiro
Ele fez dançador
Mais leve
Que o peso da flor
O asfalto
Era dominado
Do samba Laurindo
Era o Delegado
Angenor
O mago que as rosas
Conversavam
Guardava
Em segredo
O que falavam
E o perfume
Que exalavam
Foi pra Zica
O frasco que guardou
Chapéu de guardador
Virou Cartola
E no bojo da viola
Fez do mundo
Um moinho de paixão
Das cores da esperança
Verde e rosa
Criou numa alvorada
Tão formosa
A escola
Do encantado Jamelão
Perto do pindura saia
Quem mora lá já contou
E que quando
A noite desmaia
Ouvem a voz de Xangô
Cavaco
E som de alfaia
Um samba do criador
É José Bispo cantando
O grande Deus
De Angenor
E sob
As mangueiras
Seja o sol
Bem vindo
Sobre as
Folhas mortas
Nascem os pés
De Laurindo
É o altar
Dessa comunidade
Que a Santíssima
Trindade
Carioca eternizou
Do céu
Dona Neuma rindo
Aplaudindo
Abençoou
Só esse morro
Tem conexão com Deus
Reencarnações
De almas batuqueiras
Na estação do trem
Primeira do além
Os gênios saltam
Em Mangueira
Compositores:
Alemão do Cavaco
Cadu
Gilson Bernini e
Igor Leal
Intérprete:
Evandro Malandro
Participações Especiais:
Enzo Belmonte e
Velha-Guarda
Será que você
Pode imaginar
Saber o sentimento
Que me invade?
No morro
Construído em poesia
Não dá pra explicar
Saudade…
As rosas
No silêncio do jardim
Perfume que traduz
A esperança
Teus versos
Razão do nosso
Existir (resistir)
Levando a vida a sorrir
Exemplo de felicidade
Na simplicidade
O sonho
Verde e rosa despertou
A benção poeta Angenor
Uma voz do céu
Desce num trovão
E faz do samba
Minha oração
É fruta que dá
No pé a vida inteira
Da tua escola José
Mangueira
É fruta que dá
No pé a vida inteira
Da nossa escola José
Mangueira
Mestre…
Mais um momento
Pra emocionar
Divina arte
De interpretar
Vem no compasso
Dessa marcação
Flutua no ar Laurindo
É lindo o bailar
Meu velho menino
Riscando esse chão
Com maestria
Ao deslizar
Quanta magia
O guardião
Do pavilhão
Na passarela
Rei da ralé
Rei da favela
Herança…
De tantos filhos
Da Primeira Estação
Na inspiração
Desse legado
Cartola, Jamelão
E Delegado
Meu Tesouro…
Raiz verdadeira
Em cada viela
Em cada Ladeira
Se quer saber
Quem eu sou
Pergunte quem
Me ensinou
Nação…
Aqui é Mangueira
Compositores:
Igor Federal
Bruno Ribas
Jonathan Alexandre
e Myngau Mussili
Intérprete:
Bruno Ribas
Ê Mangueira
Palácio do Samba
Celeiro de Bamba
Madeira de Jequitibá
É Cartola
Jamelão e Delegado
Pretos consagrados
Quero ver me segurar
Ah! eu queria viver
Como aquele poeta
Lá no alto do morro
De Mangueira
Fundar uma
Escola de samba
E em verde e rosa
Colorir sua bandeira
Como eu queria ser
Aquele Angenor
E com meus versos
A tristeza afastar
Conversar com as rosas
Plantar poesia
E assim mais linda
Canção nascerá
Cartola, seu reino
Eram notas musicais
Que transformou
A dor em melodia
E ao som dos acordes
Cantou alegria
Chega o surdo
De primeira
Pra te levantar
De novo
Canta, Mangueira
Delira meu povo
Chora cavaco
Quem responde
É o violão
A voz que embala
É do mestre Jamelão
Ao ouvir
José Bispo
Descendo a ladeira
Abençoando minha
Estação Primeira
Com versos, letras
Melodias
Nas cordas vocais
De um negro trovão
Ah…
As folhas secas
Que me fazem chorar
Afogam a tristeza
Afloram a emoção
Ah…
Flutuava ao dançar
O Obá da favela
Que riscava o chão
De maneira tão bela
Sempre foi nota 10
Sua vida inteira
Bailando Laurindo
Passou a se chamar
Delegado
Rei dos mestres-salas
Deixou seu legado
Três monstros sagrados
Da nossa bandeira
Do meu pavilhão
Paixão Brasileira
Compositores:
Manu da Cuíca
Luiz Carlos Máximo
e Anderson Bico Doce
Intérprete:
Bico Doce
Lá vem o povo
De Mangueira
Sublime como um verso
De Angenor
Que plantou
A flor primeira
E no perfume da cor
Do verde quis a rosa
Pra bordar
Nossa bandeira
Debaixo da poesia
Dos jardins
De alvenaria
A gente engole
O choro e dá risada
Sente bater
Outra vez
A esperança
Do sol nascer
Pra todos na alvorada
Corra e olha o céu
Uma voz pousou no ar
Tá no grito dos moleques
Tá nas preces de ninar
No canto negro de José
A majestade de um Obá
Que veio dos pregões
E pistons de gafieira
Pra lustrar os corações
Da nossa gente
De Mangueira
Sapateia, sapateia
A poeira vai subindo
Na ginga da viela
A leveza de Laurindo
Toda vez
Que um mestre-sala
Risca o chão
Escreve a história
Da Primeira Estação
O samba…
Chama Cartola
Jamelão e Delegado
O morro
Fica iluminado
O fruto não cai
Longe do pé
O samba…
Chama Cartola
Jamelão e Delegado
O morro
Fica iluminado
O fruto não cai
Longe do pé
Chegaram
Os barões da ralé
Compositor:
Rodrigo Pinho
Intérpretes:
Zé Paulo Sierra
e Douglas Diniz
Senhores
Dei um toque
Na viola
Aflorou em mim
Cartola
Fiz um samba
Pra vocês
Laurindo
Que me prende
É delegado
Como é lindo
Seu bailado
Abram alas
Para o Rei
Que é bispo
Mas não mente
Pro seu povo
Solta voz
E sobe o morro
Pra encantar
Mais uma vez
“Senhor, oh! senhor”
A poesia
É a liberdade
Reconstruída
De saudade
Nossa sala
De recepção
Em cada tijolo
Assentado
O verde o rosa
O legado
Onde “inimigo”
Abraça o irmão
Ôôôô
Abre a roda
Pra Laurindo
Ôôôô
Pelos versos
De Angenor
Tem alvorada
Onde vai sol
Vai colorindo
Seu José
Canta sorrindo
Declamando
Seu amor
Divina dama
Mulher amada
Resistência
Rosa no jardim
Nunca…
Nem que o mundo
Caia sobre nós
Nunca…
Eles calarão
A nossa voz
De gente humilde
Simples e nobre
Sabe que pode
Se orgulhar
Tem lá no alto
O cruzeiro
Onde se faz orações
E somos os primeiros
Campeões
Mangueira
Corra olha o céu
Que estou tingindo
Tive sim um mundo
De moinho
Mas é tempo
De recomeçar
Mangueira
Teus barracões
De zinco que beleza
A sorrir contempla
A natureza
Herança dos teus
Bambas imortais
Salve Angenor
Salve José
Que Laurindo diz pé
Minha Mangueira
Compus de coração
Cantei, sambei
Com emoção
Minha Mangueira
Presente e passado
Cartola, Jamelão
E Delegado
Compositores:
Mano Gaspar
Michel do Alto
e Caio Rodrigo
Intérprete:
Ciganerey
Nasce
De um singelo
Preto, pobre
Menestrel
O princípio
Da poesia
Em construção
Um exalar
De um novo amor
Salve Angenor
Anunciando
Que o melhor
Está por vir
Abriram-se
As portas
Para que outros
Reis venham reinar
São negros
Na identidade
Vozes que jamais
Irão calar
E no cair da noite
O entoar
De um José
Fez-se ouvir
A voz do morro
Um convite a sorrir
Chega pra cá
Vem pra sambar
Hoje o corpo
Que dança
É Laurindo a bailar
Sinto a presença
Ao chegar Mangueira
Que emoção
Floresce os frutos
Da Primeira Estação
Lembro
Os nossos
Metres reunidos
Cantor, poeta
Bailarino
Um grande
Encontro popular
Saudade que fica
No peito
Memórias guardadas
Em meu coração
Vejo, novos talentos
No amanhã surgir
Inspiração
Vem dos meus
Ancestrais
Exataltem
O meu pavilhão
Tem magia
No meu morro
Minha herança
É meu chão
Pelo ar, ainda ecoa
A voz de Jamelão
No encartar
Do seu bailado
Delegado eternizou
Cartola em poesia
Transcende a paixão
Meu amor
É verde e rosa
A minha
Primeira Estação
Compositores:
Hélio Turco
Sérgio Gil e
Fernando de Lima
Intérprete:
Vitor Cunha
Vim pra te embalar
Nessa folia
É preta a cor
Da poesia
Minha herança
Vem desse berço
De bambas
Salve…
Seu Angenor
De Oliveira
Pintor das cores
Da Mangueira
Tirou da “cartola”
A magia do samba
Olha, a rosa
Que habita em nós
Exala amor
É nossa voz
Te agradeço comovido
Lindo é ver
Este céu no chão
Dançando ao som
De Jamelão
Ô José Bispo
Iluminado
A passarela hoje
Curva a seus pés
É verde e rosa
O seu reinado
Quem sabe nasçam
Lá no morro
Outros “Josés”
Vem…
Sua voz hoje
paira no ar
Vem…
Faz a noite
acordada sonhar
Obá, príncipe
negro da ralé
Laurindo …
Sua bandeira
é nossa fé
Brindo o seu legado
Flutua como pluma
Delegado
Olha, nossa riqueza
É sem igual
Brilha mais forte
No meu carnaval
O samba é arte
Não precisa
Ser doutor
Lá em Mangueira
Todo mundo
É professor
Locutor nas escolas de samba do Rio de Janeiro.
Analista de Sistemas, Jornalista (RG 39675/RJ).
Radialista, Compositor e Intérprete.
Repórter do site Carnaval Carioca.