Foto: Rodney de Figueiredo

SAMBA / BATERIA

Presidente:
Almir Reis
Enredo:
“Empretecer o pensamento
é ouvir a voz da Beija-flor”

Carnavalesco:
Alexandre Louzada
Mestres de Bateria:
Plínio e Rodney
Compositores:
J. Velloso, Léo do Piso, Beto Nega
Júlio Assis,
Manolo e Diego Rosa
Intérpretes:
Neguinho da Beija-flor

A nobreza da corte é de ébano
Tem o mesmo sangue que o seu
Ergue o punho, exige igualdade
Traz de volta o que a história escondeu
Foi-se o açoite, a chibata sucumbiu
Mas você não reconhece
O que o negro construiu
Foi-se o açoite, a chibata sucumbiu
E o meu povo ainda chora
Pelas balas de fuzil
Quem é sempre revistado
É refém da acusação
O racismo mascarado pela falsa abolição
Por um novo nascimento
Um levante, um compromisso
Retirando o pensamento
Da entrada de serviço

Versos para cruz
Conceição no altar

Canindé, Jesus, ô, Clara
Nossa gente preta
Tem feitiço na palavra
Do Brasil acorrentado
Ao Brasil que não se cala
Sou o Brasil que não se cala

Meu Pai Ogum ao lado de Xangô
A espada e a lei por onde a fé luziu
Sob a tradição Nagô
O grêmio do gueto resistiu
Nada menos que respeito
Não me venha sufocar
Quantas dores, quantas vidas
Nós teremos que pagar?
Cada corpo um orixá
Cada pele um atabaque
Arte negra em contra-ataque
Canta Beija-flor… meu lugar de fala
Chega de aceitar o argumento
Sem senhor e nem senzala
Vive um povo soberano
De sangue azul nilopolitano

Mocambo de crioulo: Sou eu, sou eu
Tenho a raça que a mordaça não calou
Ergui o meu castelo
Dos pilares de Cabana
Dinastia Beija-flor

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