Foto: Rodney de Figueiredo

SAMBA / BATERIA

PRESIDENTE:
Flavio Mello
ENREDO:
“Madame Satã – Resistir para existir”
CARNAVALESCOS:
Ray Menezes e Eduardo Gonçalves
MESTRE DE BATERIA:
Átila
COMPOSITORES:
Paulo César Feital, Cláudio Russo
Pezão, Naldo, Kiko Vargues, Genésio
Jefferson Oliveira, Samuel Gasman
e Matheus Pranto
INTÉRPRETES:
Tinguinha e Lucas Donato

Sua pessoa encarnou um Zé Pilintra
Deus pintou a preta tinta
Neste corpo brasileiro
João criança via três moleques guias
Protetores da vadia
Alma desse quizumbeiro
Felicidade nunca esteve no seu mapa
Se tornou a lei da Lapa
Respeitado arruaceiro
Bicha malandro, com seu fio de navalha
Orixá da sua laia e das moças do puteiro

Rabo de arraia, meia-lua
Ninguém derruba essa patente
João Satã, senhor das ruas
Do balacochê caliente
Era Josephine Baker
Sem pudor e sem censura
Lá na Praça Tiradentes
Enfrentava o cana dura

Dizia ele que apesar de ser tinhoso
No amor tão carinhoso
Também tinha mãos de lã
Era um deboche para todo desacato
Deu-lhe o nome um delegado
Salve Madame Satã
Foi valentão e bom de briga
O rei da ginga, anjo das rebeliões
Este Brasil não pode mais silenciar
Quem nasceu para enfrentar
O furor das multidões
A sua vida foi um palco de teatro
Negro drama do asfalto
Flor que ensina a resistir…
Ó, entidade, de bonecas e mendigos
Renegados e vadios, baixe na Sapucaí

É a Lins Imperial
É um samba-manifesto
Muito mais que Carnaval
Arte em forma de protesto
Meu malandro bambambã
Preconceito aqui não rola
Não se brinca com Satã
Mojubá a minha escola

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