Estácio de Sá vai escolher o samba para exaltar o orgulho ancestral

Compositores:
Alexandre Naval, Jaílton Russo
Maurício Amorim
Edinho, Luiz Thiago
Diego do Carmo, Lucas Rigonato
Rodrigo Pinho, Gigi da Estiva
Daniel Barbosa, Rico Bernardes
e Rafael Mikaiá
Intérprete:
Igor Sorriso

É noite de festa, no clarão da lua
Na mesa fartura pra celebração
O vento sopra no embalo do corpo
De Angola ao Congo ecoa o tambor
Cabana enfeitada viu nascer Kianda
Banhada ao luar Mwana Ya Sanza
Eterna noite que não acabou
Todo açoite, lamento e dor
Acorrentadas ao mar… ôô ôô
Roubando de uma criança
A esperança
A nobreza acuada como animais
Virou carne barata
No mercado do cais

Na Bahia da lavoura
Terra da plantação
Eis a curandeira
Maria da Conceição
E na roda do engenho
Se tornou Cambinda
Ao olhar do homem branco
História reprimida

Raízes regadas num choro contido
Destino traçado na linha das mãos
Abre a roda
Para o jongo e capoeira
Quente é o tempero
No axé da mirongueira
Abre a porta
Ouça a voz que não se cala
Saravá ao povo preto
Que derruba a senzala

Vovó… do infinito vem abençoar
De joelhos me entrego
Em seu colo a deitar
Me conte aquela história
Contigo eu venço demandas
Aquela história
Da primeira escola de samba

Esse chão tem fundamento
É orgulho ancestral
Salve as matriarcas
Griôs do carnaval
No terreiro da Estácio
Batizada no dendê
Preta velha feiticeira
Rainha do cateretê

Compositores:
China do Estácio, Marcelo Kará
Binho Teixeira, Cunha Bueno
Bira Moreno, Wagner Guerra
Fred Lima, Claudio Austero
Rodrigo Canela, Marcelo Maguila
e Cesar Ouro
Intérprete:
Vitor Cunha

Sapucaí é terreiro
A luz do luar, Ilê pra celebrar
Nossa própria existência
O guardião pioneiro é Estácio de Sá
Então deixa falar…
Preta é a voz da resistência
Cauris e contas pra proteger
A filha d’água luzir Cabinda
Três vezes entoar ao céu…
E o Congo tem proteção infinda
Cantigas e batuque as princesas
O futuro evocando ancestrais
Cantoria une o povo a realeza
Na sina e nos rituais

Vai ter festa pra receber
Kianda e Mwana Ya Sanza
(Mwana Ya Sanza)
Celebrando a vida de Kianda
E Mwana Ya Sanza
(Mwana Ya Sanza)

E o dia se fez noite
Amargura cultivada
Do engenho ao cafezal
Alegrias retalhadas
Rebatizadas pela origem e a fé
Matizaram liberdade
Verdade da herança cultural
Tambores, caxambus e capoeira
Dijinas e candomblé
Vovó Cambinda renove minha crença
Conceda sua “bença”
Para cada estaciano
Maria Conga vem ver descer o morro
É São Carlos meu Quilombo
Neste chão foi onde tudo começou

É meu pavilhão do amor

Preta Velha
Chegou pra te avisar
Que o velho Estácio
Não é brincadeira
Traz o cachimbo e a bengala, saravá
Vai ter samba e macumba
A noite inteira

Compositores:
Julio Alves, Claudio Russo
Magrão do Estácio, Felipe Medrado
Thiago Daniel, Diego Nicolau
Tinga, Dilson Marimba
Guilherme Karraz, Barbara Fonseca
Telmo Augusto e
Marquinhos Beija-flor
Intérpretes:
Tinga e Diego Nicolau

Kianda… Mwana Ya Sanza
Livres feito o vento da costa africana
Odara, meu “berço” é Ilê de preto
Quilombo, resistência, gueto
Orgulho ancestral
Clamor de liberdade nas savanas
Em meio à tambores, canto e dança
A noite sombria roubou toda a paz
E a escravidão deixou de herança

Ôôôôô ôôôô ôôôô

Segue o tumbeiro
Segue o tumbeiro no mar
Vida não é cativeiro
Cativeiro não é lar
Não me fale de corrente
Nem tampouco travessia
Eu só sei que gente é gente
E não é mercadoria

Chegaram e plantaram nesse chão
Imensidão de cultura e memória
Saberes e sabores de candura
Bravura que ficou na história
Baixam nos terreiros de umbanda
Pra vencer demanda
Com a luz de Oxalá
Às pretas velhas
Mães de todo estaciano
Um batuque africano
E uma vela no gongá

Vovó Cambinda
Chama vó Maria Conga (2x)
A Estácio tem mandinga
A Estácio tem mironga
Mas a saudade apertou
Eu quis voltar
Adorê às almas, “mizifio”, saravá

Compositores:
Gustavo Clarão, Serginho do Porto
Richard Valença, Rafael Prates
Serginho Castro
Merica Boa Esperança
Diego Nascimento
Orlando Ambrosio
Marquinhos Bombeiro
Fernando Gogó de Ouro e Alfredo Jr.
Intérprete:
Serginho do Porto

Nascem do ventre
De mãe África
Berço de mistérios e magias
O mar se encanta
No clarão da lua cheia
Tem festa na aldeia
Dia e noite, noite e dia
Ê Mwana ya Sanza
Reluz na gira
Em louvor aos orixás
Ê Kianda, sereia canta
Bate o tambor
Em devoção aos ancestrais

Que vento é esse ô Calunga?
Que soprou no mar
Que vento é esse ô Calunga?
Que soprou no mar
Maré mareja
Maré que me deixa levar
Maré mareja
Maré que me deixa levar

A cor da noite
A dor do açoite
Um só destino, a travessia
O nó na barra da saia
Distrai a criança
Na proteção
Que embala a esperança
Ê Bahia
Suas raizes, as sementes
Nossas flores
Alforria
São os Griôs
Com seus saberes e sabores
O morro pisa forte nesse “chão”
O meu coração “Deixa Falar”
Terreiro Grande
Liberdade e louvação
É o meu quilombo
Sob as bênçãos de Oxalá

Cambinda de Angola ê
Ê Maria Conga
Cambinda de Angola ê
Ê Maria Conga
Tem cheiro de café
Cachimbo e aroeira
Na minha Estácio
A Preta Velha é rezadeira