Na noite da última quarta-feira (18), quinze alunas trans do projeto social “Transcidadania no Samba”, da ANTRA realizado em parceria com a Paraíso do Tuiuti, foram surpreendidas e convidadas a desfilar na escola representando Eloína dos Leopardos, a primeira rainha de bateria do Carnaval. Elas estão fazendo aulas de samba no pé desde outubro em uma iniciativa cujo objetivo é proporcionar inclusão profissional de pessoas trans no mercado da folia.
“Esse enredo tem proporcionando uma energia única em nossa escola e tínhamos que colocá-las nesse contexto. Todas estão empenhadas realizando semanalmente aulas de samba no pé. Então criamos uma ala para que representem Eloína, que foi primeira rainha de bateria do Carnaval e uma travesti”, conta o carnavalesco Jack Vasconcelos.
O presidente Renato Thor, também participou do momento e destacou que a escola terá uma ala trans daqui pra frente em todos os desfiles. O projeto recebeu mais de 100 inscrições. Além das aulas de samba no pé, está acontecendo uma oficina de confecção de fantasias e adereços no barracão localizado na Cidade do Samba.
“Estamos colocando a travestilidade no centro desse enredo e nos sentimos representadas, pois é uma forma de elevar a autoestima e promover a cidadania entre trans e travestis. Todos somos Xica Manicongo”, afirma Bruna Benevides, presidente da ANTRA.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais é uma rede nacional que articula em todo o Brasil instituições que desenvolvem ações para promoção da cidadania da população de Travestis e Transexuais. No próximo Carnaval, a agremiação de São Cristóvão será a segunda a pisar na Avenida na terça-feira folia com enredo em homenagem a Xica Manicongo, considerada a primeira travesti não indígena do Brasil.
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