Parceria de Xande de Pilares emociona e vence disputa no Salgueiro

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“Quem se mete com Salgueiro, acerta as contas na curimba” – samba campeão.

Foto: Divulgação

Na madrugada deste dia 12 de outubro, ao amanhecer da festa de Nossa Senhora Aparecida, o Acadêmicos do Salgueiro escolheu seu hino oficial para o Carnaval 2025. A emocionante noite da Grande Final, com início na sexta-feira (11), foi marcada por apresentações artísticas e pela revelação do samba da parceria de Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jeferson Oliveira, Jassa e W. Correa, como vencedora do concurso e que irá embalar o desfile “De Corpo Fechado” na Sapucaí.

O evento começou com uma apresentação coreografada por Paulo Pinna e dirigida por Carlinhos Salgueiro, envolvendo mais de 40 profissionais. O espetáculo incluiu bailarinos da Comissão de Frente, a Cia de Dança Maculelê, passistas e os casais de mestre-sala e porta-bandeira. Dividido em duas partes, o show destacou tanto o enredo, quanto sambas icônicos da trajetória salgueirense.

Entre os destaques, Viviane Araújo, rainha da bateria Furiosa, acompanhou de perto a apresentação comandada pelos mestres Guilherme e Gustavo, com arranjos inéditos criados por Alemão do Cavaco, que enfatizou cada setor do enredo, como o cangaço e as religiões afro-brasileiras.

O presidente André Vaz, ao lado de Leandro dos Santos, recebeu personalidades do samba e da TV, como Cacau Protássio e Carla Cristina Cardoso. A grande final contou ainda com apresentações de Marcelo Motta e Fred Camacho e, por volta das 6h, o anúncio do samba campeão, seguido por celebrações na rua Silva Teles.

Além do troféu de madeira em forma de figa, um símbolo da tradição do Salgueiro, a parceria campeã levou R$ 100 mil e as demais finalistas, R$ 50 mil cada.

Ouça o samba campeão:

Compositores:
Xande de Pilares, Pedrinho da Flor
Betinho de Pilares, Renato Galante
Miguel Dibo, Leonardo Gallo
Jorginho Via13, Jefferson Oliveira
Jassa e W. Correa
Intérpretes:
Tinga, Pitty de Menezes e
Charles Silva

Prepara o alguidar acende a vela
Firma ponto ao sentinela
Pede a benção pra vovô
Faz a cruz e risca a pemba
Que chegou Exu Pimenta
E a Falange de Xangô
Tem erva pra defumar
Carrego o meu patuá
Adorei as almas
Que conduzem meu caminho
Ê mojubá marabô, invoque a lua
Que o povo da encruza
Não vai me deixar sozinho
Sou herança dos Malês
Bom mandingo e arisco
Uso a pedra de corisco
Pra blindar meu dia a dia
No tacho arruda e alecrim ô
Bala de chumbo
Contra toda covardia

Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito moreno eu vou viver
Mais de cem anos
No meu Salgueiro

Sou espinho
Qual “fulô” de macambira
Olho gordo não me alcança
Ante o mal a pajelança pra curar
Sempre há uma reza pra salvar
O nó desata, liberdade pela mata
E os mistérios do axé
Meu Candomblé
Derruba o inimigo um por um
Eu levo fé no poder
Do meu contra Egum
Salve seu Zé
Que alumia nosso morro
Estende o chapéu
A quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado

Macumbeiro, mandingueiro
Batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba
Não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro
Acerta as contas na curimba

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