“É de Arerê, Vento de Matamba”, Lequinho é campeão na Mangueira

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Foto: Divulgação

Na madrugada deste domingo (20), a Estação Primeira de Mangueira escolheu o hino do Carnaval 2025. A parceria de Lequinho levou a melhor na disputa que aconteceu no Palácio do Samba e irá representar a verde rosa, no desfile que tem como enredo “À flor da terra, no Rio da negritude entre dores e paixões” na Marquês de Sapucaí.

A escolha do hino da verde e rosa foi acompanhada por um show inédito “Giras da Mangueira”, que contou com a participação de diversas alas e segmentos mostrando a centralidade das rodas na cultura bantu e preta. A presidente Guanayra Firmino, saudou todos os presentes e parcerias participantes e na sequência, após uma breve execução de sambas consagrados da escola, foi feito o anúncio da escolha.

Personalidades da Mangueira e do mundo do samba estiveram presente na festa que terminou com uma grande celebração às 5h no Palácio do Samba.

Ouça o samba vencedor:

Compositores:
Lequinho, Júnior Fionda
Gabriel Machado, Júlio Alves
Guilherme Sá e Paulinho Bandolim

Sou Luanda e Benguela
A dor que se rebela
Morte e vida no oceano
Resistência Quilombola
Dos pretos novos de Angola
De Cabinda, suburbano
Tronco forte em ribanceira
Flor da terra de Mangueira
Revel do Santo Cristo que condena
Mistério das kalungas ancestrais
Que o tempo revelou no cais
E fez do Rio minha África pequena

Ê Malungo, que bate tambor de Congo
Faz macumba
Dança jongo, ginga na capoeira
Ê Malungo, o samba estancou teu sangue
De verde e rosa
Renasce a nação de Zambi

Bate folha pra benzer
Pembelê, Laiango
Guia meu Camutuê
Mãe Preta me ensinou
Bate folha pra benzer
Pembelê, Kaiango
Sob a cruz do seu altar
Inquice incorporou

Forjado no arrepio da lei
Que me fez vadio
Liberto na senzala social
Malandro, arengueiro, marginal
Na gira, no jogo de ronda e lundu
Onde a escola de vida é Zungu
Fui risco iminente
O alvo que a bala insiste em achar
Lamento informar… um sobrevivente
Meu som por você maculado
Sem ser convidado pela burguesia
Tomou a cidade de assalto
E hoje no asfalto a moda é ser cria
Quer imitar meu riscado
Descolorir o cabelo
Bater cabeça no meu terreiro

É de Arerê, vento de Matamba
É dela o trono onde reina o samba

Sou a voz do gueto, dona das multidões
Matriarca das paixões, Mangueira
O povo Banto que floresce nas vielas
Orgulho de ser favela

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