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PARCERIA DE VALTINHO BOTAFOGO (CAMPEÃ)

Compositores:
Valtinho Botafogo, Victor Rangel
João do Gelo, Tem-Tem Jr.
Marcelinho Santos, Claudio Mattos
Diego Nicolau, Douglas Ribeiro
Phabio Salvatt e Thiago Bahiano
Intérpretes:
Diego Nicolau e Tem-Tem Jr.

Tambor…
Ressoa de Angola, Guiné e Benim
É reino de Congo espada de Ogum
Nobreza ancestral que repousa em mim
Bravura dos senhores de Orun
Maré me leva em lamentos e preces
Aporta na areia calunga de dor
Um cais no estreito
Da argola que prende
O Valongo se fez preto
Na pele que sangra
Escorre o pranto
Que sufoca nossa gente

É mucama de Iaiá
É escravo do feitor
Atabaque vem de Congo
Não sucumbe ao capitão
Lá nos cafezais
Pra louvar os orixás
A revolta se faz
Pra findar o açoite
Que fere o irmão

Quilombo de luta
A luz de esperança
Correntes se quebram
É negra insurreição
Lugar de fala contra a tirania
Vive em toda manifestação
Vai ter jongo e capoeira
Ê camará, noite de coroação
Quilombola vai jogar
No axé da mãe baiana
Ideal de igualdade
Manoel e Mariana
Os heróis da liberdade

Firma ponto, eu quero ver
Vai ter batuquejê
Chama o povo do samba
Ê samborê
Jacarepaguá meu respeito
A sua história
Resistência é a marca
Da nossa vitória

PARCERIA DE DONA IVANISIA

Compositores:
Dona Ivanisia, Antônio Conceição
Sidney Sã, Thales Nunes
Hugo Oliveira, Karlinhos Professor
Vânia Senna, Miltinho Amatuzzi
Beto Prata e Denis Moraes
Intérprete:
Tuninho Junior

Dourado berço D’África
Rufam os tambores ancestrais
Densa bravura, minha armadura
De crenças e valores culturais
Forjados pela espada de Ogum
Senhor da guerra e paz
Mas não resistem a invasão
Imposta sob forte opressão
Trazidos, vendidos
No Cais do Valongo
Para os barões do Vale do Café
Forçados ao trabalho
Senzala, grilhões
Despidos da essência
Se apegam na fé

Nas minas verdes do Brasil
Luxo banhando a crueldade
Um capataz não é capaz
De coibir o sonho da igualdade

“Morrer sim, entregar não”
Um grito ecoa de Mariana Crioula
Com Manoel Congo liderando a revolta
Insurreição… herança é o legado
Sem escravidão
Adeus tumbeiros, banzo e porões
Vem celebrar a liberdade
Com jongo, capoeira e tradições
E lutar por mais dignidade

A voz que vem da “União”
É do quilombo Jacarepaguá
A coroar seus heróis
Do vale dos cafezais
Cativeiro nunca mais

PARCERIA DE FRED LIMA

Compositores:
Fred Lima, Vinícius Amaral
Jr. Vidigal, Flávio Back
Marcelo Torreão e Pedro Alves
Intérprete:
Silas Leléu

Vinde Congo… Angola… Guiné
No toque marcado com pé
Herança retinta, meu povo feliz
Danço como vovó ensinou
De axé minha fé se banhou
Força que tanto resistiu
Cobiça amarga… alida suada
Plantar… colher… servir
Pro capitão sorrir

Sangue é prece na senzala
P’rá corrente se quebrar
Não tem choro nem algoz
Liberdade vai raiar

Vai…
Mata a dentro rompe o fel
Mariana… Manoel
Insurgentes sem temor
Luz conduzia cada irmão
A sentir naquele chão
Sua terra sem senhor
Quilombo é essência…
É resiliência
Nego cativeiro se acabou
Vale o legado…
Assino o reinados
Levante nego
Liberdade já raiou

Deixa a lágrima rolar… amor
Deixa o corpo arrepiar de emoção
Sapucaí cheguei p’rá coroar
Sou União de Jacarepaguá

PARCERIA DE RONIE OLIVEIRA

Compositores:
Ronie Oliveira, Marcio Bola
Mama, João Carlos, Matheus Lebre
Flávio Roberto, Binho Percussão VR
e Reco do cavaco
Intérprete:
Lequinho da Mangueira

Jacarepaguá vem exaltar
A bravura de um povo
Vindo das aldeias de mãe África
Aportando num mundo novo
Povos guerreiros
De corpos pintados
Cantos e rituais
Traziam na alma
O passado de uma nobre raiz
Guiados por Ogum
E sonhando em ser feliz
Com escudos e lanças
Na luta contra toda invasão
Pelos mares africanos
De um povo réu colonizado
Navios partiam
Com filhos reais escravizados

Irmãos negros de Angola
Guiné e Benim
Calam os tumbeiros
Revolução até o fim

Levados do cais, Valongo na dor
Ao vale de esperança e amor
Recebidos por senhores do café
Plantavam aos olhos da crueldade
Colhiam exploração sem piedade
A ganância não abalou a fé
Quando o sangue na pele escorreu
O ideal de luta não morreu
Manoel Congo é bravura
A liberdade em essência
Mariana Crioula é raça e ternura
Salve os heróis da resistência

Canta União, bate tambor
Sangue crioulo não aceita senhor
Quebro correntes, invoco ancestrais
Opressão nunca mais

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