Unidos de Vila Isabel

Compositores:
Evandro Bocão
André Diniz
Dudu Nobre
Professor Wladimir
Marcelo Valença
Leno Dias e
Mauro Speranza
Intérprete:
Wander Pires

Ferreira
Chega aí
Abre logo
Uma gelada
Vem curtir
A Avenida
Emocionada
Nossa gente
Engalanada
Vai reluzir
Os sonhos
De Iaiá
Tuas glorias
E cirandas
Resgatar
Não acaba
Quarta-feira
A saideira
Nem o meu
Laiaraia
Raízes da roça
Para o Pretos Forros
Tanto talento
Não guarda segredo
O dono do palco
O Zumbi lá
Do morro
Pela 28
Chinelo de dedo
É voz da pele
Que pede socorro
Filho de Teresa
Encara sem medo

Pediu escolas
Do Pai Arraia
Reforma agrária
E festa no arraiá
Um trago, um verso
Mais uma obra-prima
Ousar, mudar
E fazer sem rima
(Só ele consegue
Fazer sem rima)

Profeta, poeta
Mestre dos Mestres
África em prece
O Griô
A referencia
O senhor
Da sapiência
Escritor
Da consciencia
E a cadência
De andar
De viver e sambar
Tão bom cantarolar
Por que o mundo
Renasceu
Me abraçar
Com esse povo
Todo seu
Eu vou junto
Da família
Do Pinduca
A alegria
Pra brindar
Modestia a parte
O Martinho é da Vila

Partideiro
Partideiro ó
Nossa Vila Isabel
Brilha mais
Do que o sol
Canta Negro Rei
Deixa a tristeza
Pra lá
Canta forte
Minha Vila
A vida
Vai melhorar

Compositores:
Claudio Mattos
Rafael Zimmermann
Didi Tupinambá
Diego Gaúcho
Marco Moreno
Thiago Meiners e
Jaiminho Harmonia
(In Memorian)
Intérpretes:
Nego e
Pitty Di Menezes

Samba
Meu samba é batuque
É encanto
O axé do sorriso
Ao pranto
É pé no chão
Ciranda de roda
Que traz a candeia
Na luz
De Luanda clareia
As notas
Do meu violão
Que emociona
A Velha Guarda
Ao sentir a poesia
Nos afagos
Da cabrocha
Feito disritmia
Enfrentei toda censura
Não calei meus ideais
Fiz valer a voz
Dos meus ancestrais

Salve Zambi e Zumbi
A resistência da cor
É força pra persistir
Negro tom de clamor
Benedito olhai
É reza, é canto
Da roça
Peço tua proteção
Lá pras bandas
De Angola

Cirandeiro
Cirandeiro
Me ensina a versar
“Parti do alto”
Do morro
Vim chegando devagar
Cirandeiro
Cirandeiro
Onde mora
O menestrel?
No terreiro
De Kizomba
Nas calçadas
De Noel

Se eu verso
Um samba
Pro meu povo
Emocionar
Ô iaiá, ô iaiá
Menina moça
E capoeira
Vão chorar
Ô iaiá, ô iaiá

A poesia hoje
Faz o meu papel
Pra Renascer
Das Cinzas
Vila Isabel
Resgatar além
Da quarta-feira
Prazer, sou Martinho
José Ferreira
Canta… minha gente
É de raiz e batucada
Sambar na avenida
De azul e branco
Em noite
Estrelada (iáiá)
Até o sol
Dourado clarear

Lalaiá Lalalaiá
Lalaiá Laiá

Compositores:
Moacyr Luz
Chico Alves
Julio Alves
Rafael Tinguinha
Valdir Filho
Fadico e
Claudio Russo
Intérprete:
Igor Sorriso

Oh, meu nego
Martinho
José Ferreira
Cria da mãe
Brasileira
Batizado
Por nosso senhor
Brilha, nego
Do alto do
Pau da Bandeira
Da Boca do Mato
Desceu a ladeira
Onde seu samba
Começou
Preto de grandes
Enredos
Zambi
Desta passarela
Rei do terreiro
Orfeu da favela
Zumbi te contou
Um segredo
O seu destino
É ser bamba
Ganga-zumba ô
Dikamba

Kizomba ê
Kizomba ê
No morro
Dos Macacos
Preto Forro
A herança
De Palmares
Kizomba ê
Kizomba ê Luanda
Devagar lá
Vai ciranda
Divagando
Pelos mares

Angola aê eê eê
Calunga ê
Meu Angolá
Acorde pra acordar
Democracia
Não é mera utopia
Mais um sonho
Pra sonhar
Pra relembrar
O carnaval
Das ilusões
E resgatar
A emoção
De um ex amor
Suas raízes
Alimentam corações
E as cicatrizes
Manifestam sua cor
Vila, o canto
Mais negro
Que passarinhou
No céu
Ensinou a
Zé Ferreira
Que o sonho não
Acaba quarta-feira

No terreiro
Do seu China
Nosso herdeiro
Fez seu ninho
Nas calçadas
E esquinas
Canta o povo
De Martinho
Sob a luz de Gbalá
E as bençãos
De Noel
Te entrego a coroa
Da Vila Isabel

La laiá laiá laiá
Reina martinho
Em seu gongá

Compositores:
Jonas, Sergio Freitas
Ivan Dawanda, Fred e
Teo Demiriti
Intérprete:

Martinho
José Ferreira
A sua “Canção”
É o “Enredo”
Inspiração
De um novo dia
Tem “Cantoria de Reis”
“Eres” na coroação
Do nosso “Rei”
Nessa folia
Que traz
Um “Canto de fé”
E faz lembrar
“Mãe Tereza”
Na proteção
Do pequeno “Zé”
“Aquariano”
Em “Duas Barras”
Nasceu
Veio pra
“Boca do Mato”
A “malemolencia”
Do morro viveu
Porém foi
Seu destino encantador
Na magia do tempo
Na terra de Noel
Se apaixonou

Sonhando
Vai o Bamba
No mundo
Lua vem de novo
Iluminar
A “Rua”
Que faz
A emoção reinar
Pro sonho da poeta
Se realizar

Salve
O nosso “Bacharel”
Diplomado
Em Vila Isabel
“Artista”, “Ativista”
“Escritor”
Orgulho da Raça
Que, se consagrou
“Mãos unidas”
Com a “Humanidade”
Vamos “Replantar
O arvoredo”
Viver sem medo
Traz ”Felicidade”

Canta minha gente
Pro “Partideiro”
Versar
Mano “Martinho”
Vamos todos Kizombar
Hoje tem samba
Até o sol raiar

Compositores:
Igor Federal Trafane e
Rodolpho de Souza Filho
Intérprete:

Rei Menestrel
Filho do Deus
Zambiapungo
Da favela
Para o mundo
Herdeiro nato
De Noel
Menestrel Rei
A Vila inteira
Te abraça
Nos deu faixa
Anel e taça
Com Kizomba
No seu coração

No centenário
Da negra Abolição

(Ôôô…)
(Ôô…) Ôô
Kimbundeiro
Preto Forro
Não se deixou
Escravizar
(Ôô…)
Ôô de Aruanda
Minha ginga
É miudinha
E devagar
(Minha vida…)
Minha vida
É de samba
Minha casa
É de bamba
Chego lá da boêmia
Pra não ter disritmia
Na cozinha de Sinhá

Sou protegido
Pelo meu Deus Orixá

(Vai Martinho)
Vai Martinho
Sincretiza o país
Da incompaixão
Lutou por democracia
Pro seu povo
A alforria
Preconceito
E exclusão

E dá pra Vila
O livramento
Da opressão

Canta forte
Canta alto
Minha Vila Isabel
Em Zulu
Bantu, Kalunga
Nessa Torre
De Babel

Compositores:
Dona Ivanisia, Thales Nunes
Hugo Oliveira, Turko Maradona
Antônio Conceição
Markinho da Vila e
G. Sobrinho
Intérpretes:
Marquinho Art’Samba
e Tem Tem Jr.

Era dia de folia
Noite no Boulevard
Já nasceu a poesia
Com licença Zambiá
Um menino
Lá da roça
Negritude
Sua herança
Mãe Tereza
Vó Procópia
Menestrel criança
Canta canta
Meu menino
E receba meu laurel
Me encontrei
No seu destino
Nas calçadas de Noel

E a verdade
Floresceu no peito
Da Boca do Mato
Viu partir
Os seus heróis
Dignidade pra
Erguer direitos
A liberdade
Cantarolou por nós

Literato
e cirandeiro
Vai chegando
devagar
Mais um filho
De Palmares
Nego bom
de Kizombar

Casa de Bamba
Foi sua escola
Resiste o samba
Volta a lua
De Angola
Ilumina o céu
Do Morro dos Macacos
Seus Quimbundos
Seus barracos
Valeu Zumbi
Meu embaixador
Amanheceu o branco
E azul da minha vida
Coroando na avenida
O seu grande amor

Oxalá
Griô de Gbalá
Orixá Martinho
Zé Ferreira
Imortal no coração
Da Vila
Preto Rei
Além da
Quarta-feira

Compositores:
Bruno Ribas, Bananada
Myngal G. Simões, Maestro J.
Maykon Biel, Rodrigo Acácio
e Jonathan Pranto
Intérprete:
Bruno Ribas

O povo desce
O morro pro asfalto
“Canta forte
Canta alto”
Para o Rei
De Vila Isabel
Se “o samba é o pai
Da alegria”
Vim saudar as poesias
Do singelo menestrel
Nos caminhos da roça
Fez sua vida
Em terra batida
Provou liberdade
Na pele, a cor
Que Zambi abençoou
Honrou seu valor
Africanidade
Buscou nas “calçadas”
A inspiração
E viu “nas mulheres
A felicidade”

Majestade Negra
No carnaval de ilusão
Do semba ao samba
Canção, tem cantoria
E Swingueira
Pra embalar
O Boulevard
Eu vou chegar
“De porre
Lá da Boemia”

Das andanças
Pelas terras
De Matamba
O elo ancestral
Griô Dikamba
Sonhou que estava
Sonhando com
A igualdade
Um canto livre
Do herdeiro
De Palmares
O sacerdote
Que ergueu a taça
Saciou nossa sede
Na Festa da Raça
Doutor, mensageiro
Da sabedoria
Partideiro consagrado
Da Academia
“Devagarinho é que
A gente chega lá”
No Morro dos Macacos
“É tão bom cantarolar”

Laraia laia
Laraia laia
Hoje tem Kizomba
Pra Martinho
Zé Ferreira
Laraia laia
Laraia laia
Pra comemorar
Nas cinzas
Dessa quarta-feira

Compositor:
Yanick Mazonni
Intérpretes:
Yanick Mazonni e Digão

Filho
De Zambi, axé
Vou cantarolar
A sua história
No azul e branco
Dos meus versos
Chora com razão
Minha viola
Vim pra curar-te
Nego
Ser tua menina
Te dar meu amor
Vem nos braços
Do povo
No alto do morro
Ser nosso Griô
Corre na veia
Sangue de Angola
Ancestral
Destino traçado
Origens da roça
Inspiração
Desponta
No cenário musical
A luz do poeta
A brilhar
No festival

Senhor partideiro
Grande versador ôôô
Traduz em acordes
A sua missão (lalaiá)
É negro de fé
Tem magia o tambor
De tantas cabrochas
Uma só paixão

Ecoa sobre nós
O grito forte
Dos Palmares
Africanidade
A “arte e a bravura”
Desse chão
O tom da sua voz
Emana identidade
É um convite
A liberdade
Dedo na ferida
Livres ideais
Resistir ao opressor
A “força da cultura”
Quebrando os grilhões
Faz “renascer
Das cinzas”
Os corações
Pra sorrir, cantar
Sambar, no Boulevard
A noite inteira
Na sua vida
Igualdade não tem cor
Bota água no feijão
Que chegou
Martinho
José Ferreira

Se é pra sambar
Entra na roda
Vem exaltar
O menestrel
Na minha casa
Todo mundo é bamba
Todo mundo samba
No Quilombo de Isabel
Eu sou a Vila
E vou fazer Kizomba
É festa da raça
No terreiro de Noel

Compositores:
Zé Katimba
Alceu Maia
Zé Inácio
Intérprete:
Zé Katimba

Surgiu no ventre
De mãe Tereza
Em Duas Barras
Que beleza
Celebração
Nasce o menino
E Zâmbi ilumina
Seu destino
Canta, vai melhorar
Isso é Kizomba, ôba

Vai ficar legal
Nossas crianças
Vendo o bem
Vencer o mal

Pau da Bandeira
Morro dos Macacos
É samba e semba
Partido alto
Tem saideira
Rapaziada
Final de noite
Já é madrugada
Valeu Zumbi
Valeu demais
Viva o embaixador
De Angola
Salve nossos
Ancestrais

Ô, dá licença
Que chegou a Vila
Ô, abre alas
Que a Vila
Vai passar
Balança povo
Que chegou Martinho
Laiá laiá laiá

Compositores:
Kleber Cassino, Mano 10
Serginho 20, Silvio Sérgio
André Osório, Rogério Almeida
e Bruno Artilheiro
Intérprete:
Tuninho Junior

Vibra feliz
Da vida, Vila
Comunidade é paixão
Ao pavilhão
O nome que reluz
A nossa história
Tem o sangue
De Angola
É raiz do nosso chão
Abrindo caminhos
Seguindo com fé
Ganhou de Zambi
Proteção e muito axé
Em Duas Barras
O pequeno Zé crescia
Correndo solto
Pelos grandes
Cafezais
No olhar
De Vó Procópia
Afeto e devoção
Família é respeito
E união
Partiu do alto
Para o Rio de Janeiro
Nos Pretos-Forros
Cantou samba
De terreiro
Sargento de conduta
Exemplar
Devagar fez poesias
E brindou
No Boulevard

Se apaixonou
O partideiro
Menestrel
Pelos encantos
Branco e azul
Da nossa amada
Vila Isabel
É a comunhão
Do samba
Sob as bênçãos
De Noel

África
Brilha a lua
De Luanda
Me recordo
Da Kizomba
Um grito forte
“Valeu Zumbi”
Lutando contra
A desigualdade
A censura e
As maldades
Resistência
Lá e aqui
O canto livre
De sembas e
Batuques ancestrais
Embaixador dos
Nossos ideais
Entrelaçando
As duas bandeiras
Ao renascer
As ilusões
Na quarta-feira
São mil Martinhos
De tantas histórias
De muitos amores
Gratas memórias
Da fazenda
Da favela
Da boemia
Do concerto negro
Da Lusofonia

É o canto
Da escola
Que incendeia
O coração
Canta o morro
E o asfalto
Em forma
De gratidão
Canta forte
Canta alto
Com amor
E carinho
Coroando
O Rei Negro
Nosso Mestre
Martinho

Compositores:
Alberto João, Braguinha
Ricardo Diégues e
James Bernardes
Intérprete:
Wantuir

Somos a Vila
Herança nagô
De mestre Noel
E seu sucessor
Pro bem do meu samba
Da nossa bandeira
Nosso Rei
É Martinho
José Ferreira
Negro Rei
É Martinho
José Ferreira

Missão alegria
Paixão indolente
Levada vadia
Partido ascendente
Do morro e do humilde
De versos marcantes
Ecoa o serviço
De alto falante
Angoleiro
Partideiro devagar
Você é o meu
Laialaiaraia
Kyo, kyo
Sete Flechas
No gongá
Você é o meu
Laialaiaraia

Valeu, Zumbi valeu
Mas será que
O “Brasil aprendeu”
A “amar a liberdade?”
Ainda há sonhos
Por sonhar
De Luanda
A lua verá
Raízes
Ancestralidade
Entre mulheres
Ex amores, boemia
O coração não sofre
Mais disritmia
Palavras de um poeta
Saberes de um Griot
Mesmo sem grana
Para a beca
É doutor
Herdeiro maior
De Seu China
Arquiteto
Da Casa de Bamba
Joia da nossa coroa
Orgulho do povo
Do samba

Salve a negritude
Realeza
A beleza
Que o azul destila
Quem é que dá
O tom da nossa luta?
Martinho da Vila
Salve a negritude
E realeza
A tradição
Pelos caminhos
Quem tem o dom
De renascer
Das cinzas?
É a Vila
De Martinho

Compositores:
Tunico da Vila
Marcos Pessanha
Dinny da Vila
Luiz Matos e Miro Júnior
Intérpretes:
Ito Melodia e
Xande de Pilares

Vila Isabel
É poesia
No coração
Razão do sonho
Acontecer
Atotô dai-me
Licença ê
Na fé de Zâmbi
E dos Orixás
Rufam os tambores
Ancestrais
Em Duas Barras
Nasceu
Nossa referência
Cresceu no morro
Entre becos
E vielas
Nesse cortejo
Hoje tem coroação
Crianças cantam
Ladainhas e zuelas

Odilê Odilá
Nas calçadas
Musicais
Negritude
É consciência
Odilê Odilá
Pro Quilombo
Da favela
O Rei presta
Continência

Firma a batucada
Abre outra
Saideira
Paixão
Inebriante
É pra vida
Inteira
Gira a coroa
A emoção desperta
Letra e melodia
Em profusão
Nesse poeta
Kizombas, andanças
Cruzando o oceano
Trilhando caminhos
Preto Kamba
Soberano
São duas nações
Batendo no peito
Lição de vida
Dignidade
Páginas
Que o tempo
Inspirou
Semeando no Brasil
A nossa africanidade
E lá no céu Noel
Aplaudindo
com Louvor
O filho
De Josué e Teresa
Destino que conduz
O pensador

Vila eu canto
Esse amor
Eternizado
Samba… orgulho
Que define
Essa bandeira
Sambar na avenida
De azul e branco
É o nosso papel
Martinho da Vila
José Ferreira

Compositor:
Gaúcho da Vila
Intérprete:
Leandro Santos

Salve Zambi
Com a benção
De Zambi
A aura é
De um negro Rei
Do samba
A mais bela
História
Da escola de Noel
Artista genial
Suas melodias
Encantam as
Escadarias
O Morro dos Macacos
Faz seu carnaval
Martinho José
Filho de Duas Barras
Fez popular
O bom partido alto
Carioca
Talento e
Muito amor
Na devoção
A sua mestria
Abraçado
Com a verdade
Que o som
Dos tambores
É fonte
De resistência
Liberdade e magia
Sonhei que estava
Sonhando um
Sonho sonhado
No cais dourado
Da velha Bahia
Pra tudo se acabar
Na quarta-feira

Ôôôô
O samba virou
Batucada
Na Casa de Bamba
Martinho da Vila
Surgiu, já é
Do Brasil
Faz sambar
O Rio De Janeiro
Devagar
Devagarinho
Todo o povo
Brasileiro

Do seu trono
Dourado
Com a sua coroa
De ouro
E o pandeiro
De prata
Seu canto soberano
Clama por dignidade
Justiça pro povo
Igualdade
“O sonho de Palmares”
Veste a sua poesia
Um dia vai reinar
Uma plena alforria
O sonho inspirou
Ele criou
Kizomba a festa
Da raça
A glória do axé
De Angola
Valeu Zumbi
Vila Campeã
Na Sapucaí

Eu sou
Vila Isabel
Azul de alegria
Noite e dia
Cheio de felicidade
Mestre Martinho
Hoje é o Rei
Desta cidade

Compositores:
Artur das Ferragens
Sérgio Loroza, Tarcísio Silva
Alessandro Lanza Araken
Pedro Oliveira Lepiane
Kaoma W. Motta e
Márcio B. Daniel
Intérpretes:
Zé Paulo Sierra e
Grazzi Brasil

De laraiás
Batuquês e cavaquinhos
Devagar, devagarinho
O sol desperta
Lá na Vila
Bate a enxada Iaiá
Suor que escorre acolá
Vento batuca o rosto
E chama pra versar
Bem me ensinaram
O que cabe num partido
Sentimento desmedido
Que esconde o coração
Ê paixão, ê liberdade
Só convida a noite
Quem não teme
O fim da tarde
Destino é curva
Ladrilhada na calçada
Rabiscado na sacada
De uma casa de bamba

Foi no azul
Do Boulevard
Que a inspiração
Achou seu lar
O nosso samba
É tão bom cantarolar

Festa de Angola
Nas ruas: Kizomba
Quem leva
A história é Luanda
Nos ilês e nas vielas
Guerreiro Quimbundo
Não foge à luta
Poesia sem censura
Que escuta as favelas
Quando o canto forte
De Palmares
Corre terra
Céus e mares
Pra fazer coroação
Poeta da Vila
O morro desce
A te eternizar
És nosso espelho
Pela vida inteira
Martinho José Ferreira
Na ginga do semba ôô
Ou no simples laralaiá
A festa é na raça
O povo te abraça
E deixa a tristeza
Pra lá

Tem partido alto
No tambor
Da Swingueira
Nos becos
Do Pau da Bandeira
Nos Macacos e
No Boulevard
Feliz da Vila
Sou Martinho
Na avenida
Canta canta
Minha gente
Salve a terra
De Noel
Feliz da vida
Rei Martinho
Na Avenida
Canta forte
Canta alto
Minha Vila Isabel

Compositores:
JC Couto, Eduardo Katata
Juju Ferreirah
Diego Monteiro da Ponte
Gilsinho Oliveira, Page Zanco
e Gustavo Bachini
Intérpretes:
Emerson Dias e Pixulé

O samba
É a voz
Da favela
Nos becos
E vielas
E chão
Do Boulevard
Obaluaê
É nosso guia
Nesse dia
De alegria
O mestre
Vamos coroar
Em Duas Barras
Nasceu
Teve aconchego
De vó
Iluminado nos
Caminhos de Zambi
Com brasilidade
E atitude
Traz na brisa
A negritude
Desse carnaval
Na voz entoa
Resistência
Menina-moça
Lhe deu inspiração
Seu canto
É liberdade
Que semeia
De peito aberto
E pés no chão
Suas lindas
Melodias
Retratam a paixão
Do povo
De um país
A cantar…
Em versos
A sua raiz

Martinho é
Zé Ferreira artista
A Vila Isabel
É sua morada
Grande menestrel
Orgulho que passeia
Nas calçadas
No samba é patente
Registrada

Zumbi valeu
Reencontrou
Memórias
Nessas áfricas
No ventre
Dessa raça
Os ancestrais
Da sua cor
Salve o poeta
Do centenário
Da negra canção
Buscando
A igualdade
De direitos
Na luta contra
Todo preconceito
Batuque com
Tempero de Iaiá
Na ginga
Um partideiro
Cantador
Crendices do Griô
De Gbala
Literatura
Que te consagrou
Vamos resgatar
O sonho
O branco e azul
Ver brilhar
Comunidade
Pisa forte
Solta o grito
Deixa a tristeza
Pra lá

Vila…
Meu coração
Bate mais forte
Ainda
O negro rei
É luz
Em nossas vidas
Vamos renascer
Das cinzas

Compositores:
Carlos Bebeto, Djalma Santos
Juninho da Vila, Guilherme Leste
Júnior Rey, Neném Modesto e
Daniel Duarte
Intérprete:
Evandro Malandro

Ô Yá Yá
Salve o Rei
Dikamba
Gbalá Laroyê
Casa de Bamba
Quiô, Quiô
Minha Vila
Está em festa
Atotô, Patacuri
Samba de
Partido Alto
Desce o morro
E firma o ponto
No asfalto

Batuque, Congada
Cedro e a Coroa
Tem festa africana
Iremos coroar
Ôôô ôôô
Pode crê no axé
Dos seus ancestrais
Do canto
Se fez um encanto
E não enjoa
Diverso no verso
Nascido pra brilhar
Entre notas musicais
Um partideiro
Um laço de amor
Se faz
Óh cirandeiro
Trajetória
Se confunde
Com a escola
Zé Pereira
Cantando Noel
Pra lá de bom
Um Arraiá
O herdeiro mais fiel
De nossa história
Zâmbi, Exú, Iemanjá

Angola iê, Angola iá
Ver a lua de Luanda
Na festa da raça
Nos inspira a lutar
A não se entregar
(Jamais)

Feliz subia
O morro
Noite e dia
Transbordando alegria
Hoje Martinho
É canção
Ex amor vai
Me causar disritmia
Cabrocha, mulheres
Boemia
No acorde
O tom do Violão
(Um Violão)
Orgulho de seus
Descendentes
De Palmares
A Abolição
Coroado
És um rei
Consciente
Canta, canta
Minha gente
E vem atrás
Do arrastão