Compositores:
Wanderley Monteiro
Vinicius Ferreira
Rafael Gigante
Bira, Edmar Jr.
Paulo Borges e
André do Posto 7
Intérprete:
Gilsinho
Prepara o terreiro
Separa a Mucua
Apaoká baixou
No xirê
Em nosso celeiro
A gente cultua
Do mesmo preceito
E saber
Raiz imponente
Da primeira semente
Nós temos muito
Em comum
O elo sagrado
De Ayê e Orun
Casa pra se respeitar
Meu Baobá
Ôbatalá Colofé
Tem batucada no Arê
Pra minha gente
De fé
Ayeraye
Nessa mironga
Tem mão de Ofá
Põe aluá no coité
E dandá
Saluba mamãe
Fiz do meu
Samba corimba
Mata minha
Sede de axé
Faz do meu igi
Osè moringa
Quem tenta acorrentar
O sentimento
Esquece que ser
Livre é fundamento
Matiz suburbano
Herança de preto
Coragem no medo
Meu povo é resistência
Feito um nó na madeira
Do cajado de Oxalá
Força africana
Vem nos orgulhar
Azul e banto
Aguerê e alujá
Pra poeira levantar
De crioula
É meu tambor
Iluayê na ginga
Do meu lugar
Portela é Baobá
No gongá
Do meu amor
Tem gira
Pro meu amor
Compositores:
Wanderley Monteiro
Vinicius Ferreira
Rafael Gigante
Bira, Edmar Jr.
Paulo Borges e
André do Posto 7
Intérprete:
Wander Pires
Prepara o terreiro
Separa a Mucua
Apaoká baixou
No xirê
Em nosso celeiro
A gente cultua
Do mesmo preceito
E saber
Raiz imponente
Da primeira semente
Nós temos muito
Em comum
O elo sagrado
De Ayê e Orun
Casa pra se respeitar
Meu Baobá
Ôbatalá Colofé
Tem batucada no Arê
Pra minha gente
De fé
Ayeraye
Nessa mironga
Tem mão de Ofá
Põe aluá no coité
E dandá
Saluba mamãe
Fiz do meu
Samba corimba
Mata minha
Sede de axé
Faz do meu igi
Osè moringa
Quem tenta acorrentar
O sentimento
Esquece que ser
Livre é fundamento
Matiz suburbano
Herança de preto
Coragem no medo
Meu povo é resistência
Feito um nó na madeira
Do cajado de Oxalá
Força africana
Vem nos orgulhar
Azul e banto
Aguerê e alujá
Pra poeira levantar
De crioula
É meu tambor
Iluayê na ginga
Do meu lugar
Portela é Baobá
No gongá
Do meu amor
Tem gira
Pro meu amor
Compositores:
Jorge do Batuke, Claudinho Oliveira
Allan Corrêa Ciminelli, Rodrigo Guerra
Márcio Carvalho, Leko 777 e Araguaci
Intérpretes:
Evandro Malandro
Leonardo Bessa e Tem Tem Jr.
Participação Especial:
Sandra Portella
Oh Minha Águia
Nos traga inspiração
Voa…
Decifra mistérios
Na imensidão
Igi Oşè
A chave da vida
Onde o guerreiro
Se encantou
Seu tronco
Repousam segredos
Que o tempo não levou
Ê… saluba
Ê… saluba, Nanã
Em suas águas
A semente germinou
Sob as bênçãos de Omolu
Traz a cura pro Aiyê
Atotó, Obaluaê
Teu fruto
Sagrado alento
No sol das savanas
Há escuridão
Teus filhos
Não fogem à luta
Mesmo reféns
Dos próprios irmãos
Odoyá… Odoyá
No balanço do tumbeiro
A saudade fez chorar
África é Mãe
Herança, resistência
Salve, Oxumaré
Arco-íris cultural
Na cor da pele
A nossa essência
O sangue
Esse solo fecundou
É Semba
Que no samba
Se transformou
Agô Agô pai Oxalá
Faz batucajé, Tabajara
Leva o meu axé, Tabajara
Sou a força do povo
O meu canto é uma reza
Da raiz da jaqueira
Meu nome é Portela
Okê, Baobá
Quem é da gira
Não deixa o samba acabar
Oke, Baobá em Madureira
O samba não pode parar
Compositores:
Samir Trindade
Elson Ramires
Neizinho do Cavaco
Paulo Lopita 77
Beto Rocha e Vaninha
Intérpretes:
Tinga, Diego Nicolau
Tinguinha e Breno
Vai saudade
Entre o Ayê e Orum
Semear a paixão
Que faz resplandecer
As origens da Portela
Nossos deuses orixás
Meu respeito a raiz
Elo que evoca a matris
Saluba Nanã
Galhos se vestem
De Ojá lilás
Obaluaê saúde e paz
Xangô exalta o poder
E renasceu
Uma nova primavera
Pra saciar
Nossas quimeras
Na tolerância
De Oxumarê
É fruto que diz no pé
É filho de mãe rainha
Canto pra não esquecer
Prece de ladainha
Ôôôôôôô
Okê okê babalaô ôô
Meus irmãos vieram
A sombra
Desse grande Obá
Folhas caindo pelo mar
Trouxeram a África
Pra cá
Sou mais o Brasil
Da capoeira
Do semba que deu
O nó na madeira
Semente que nasceu
Em mim
Mito é Paulo Benjamin
Por todo portelense
Que nos deixou
Clamo as raízes
Resistência ao ditador
Voa majestade
Cura minhas dores
Contra opressores
Teu povo de fé
É velha-guarda
O meu Baobá
E minha luta
É te manter de pé
Voa majestade
Cura minhas dores
Contra opressores
Teu povo de fé
É velha-guarda
O meu Baobá
E nossa luta
É te manter de pé
Compositor:
Marquinhos de Oswaldo Cruz
Intérprete: Bico Doce
Oh Baobá
Senhor do tempo
Raiz da memória
Hoje sou forte
Guerreiro de Oyó
O samba navega
Nas águas
Da história
Nanã, Saluba mãe
De todos Orixás
Estais no axé
Dos grandes ancestrais
De Paulo Benjamim
De Oliveira
Omulu abençoou
Oswaldo Cruz
E Madureira
Laroiê Mojubá
O meu destino
Entreguei ao mensageiro
Oke Arô Oh meu Pai
Somos seus batuqueiros
Portela
Respira o samba
Como um velho Baobá
Pilar da arte
Nas periferias
Supera tormentas
De mares e males
Gira a baiana
Roda o tempo
Que o vento
Não carregou
São muitos os frutos
De todas as cores
Amores de Igi Osè
Arco-íris de Oxumaré
Pequena
Ou grande África
Quilombos do dia a dia
Jongos, Maculelês
Vou me banhar
Nessa energia
Resiste e não esquece
Quem no berço se aquece
Meu samba
Une Aiyê e Orum
Ora yeye
Ora yeyeo mamãe Oxum
Compositores:
Marquinhos Diniz, João Martins
Zé Luiz, Flavinho Bento
Walace Oliveira e Willian Santanna
Intérpretes:
Pixulé e Marquinho Art’Samba
É Baobá
Tronco forte
Do destino
Que nas terras
De Rufino
Ganhou forma
De Jaqueira
O Canzuá
Da sagrada criação
Onde Paulo é guardião
Orixá de Madureira
Mas o pilar
Que une o céu
E a terra, mora
Por onde aflora
A cultura ancestral
Há tantos galhos
Matizados de lilás
Pra que avó
Dos orixás
Viva seu templo Natal
Quantas sementes
Desse meu lugar
Floriram da seiva
Do axé, Baobá
O Quilombo de Candeia
Pede Okolofé
Babá Igi Osé
Valei-me Nanã
Buruquê… É hora
Traz flores
Que Xapanã mandou
Pra cura da chaga
De nossa gente
Tem reza de Preto Velho
Mandinga de Marabô
Das cores
De Oxumarê, a copa
Floresce muzimba
Jeje e Nagô
Brotam acordes
De Paulinho da viola
Num amor azul e branco
Que Monarco me ensinou
Por esses mares
De uma vida inteira
Corriam rios de sangue
Quem sabe as dores
Do Valongo ressoam
Nas pedras do Mangue
Do chão pisado
Da Velha Gamboa
Resiste a alma africana
Árvore sagrada, yorubana
O embondeiro que guarda
A raiz do samba
Onde vi Casquinha
Argemiro e tantos mais
Ogans, Yaôs, Yabás
Portela é resistência
É meu dever lembrar
Fincada sob os pés
De Olorum
Cajado de Oxalá
Meu baobá
É flecha de Odé
Machado de Xangô, axé
Se a vida é um jardim
Portela é a flor
Mais perfumada
De um poeta sonhador
Compositores:
Muguinho, Waguinho
Alexandre Fernandes
Matos, Tião Sapê
Perique e Herbert Silva
Intérprete: Bruno Ribas
Voa…
Minha águia
Meu eterno amor
À velha África
Pra revelar
A magia
Do sagrado Baobá
Vai soberana…
Cruzar savanas
Sob à luz dos Orixás
Com o azul e branco
Do seu véu
Ligar a terra ao céu
Feito a árvore da vida
Nessa avenida encantada
Perfumada de ojás
Peço licença
Ofereço a louvação
Nos rituais
Ê, Saluba
Ê, Nanã
Nos alimenta
E mata sede
Deste chão
Atotô meu Pai
Traz a cura pro Aiyê
Impossível esquecer
Toda essa devoção
No mar…
Tronco forte
Enfim chegou
Ao novo mundo… semeou
Floresceu resistência
E fé… Igi Osè
A negritude é herança
À sombra esperança
Afeto e axé
Suas raízes
São meus ancestrais
Me dão proteção
Curam os meus ais
Chega de intolerância
E desilusão
Sob arco-íris
Do novo tempo
Brotam em seus galhos
Tantos rebentos
E a certeza
Que nós somos
Todos irmãos
Portela é paixão
No Quilombo Madureira
É pura raiz
Fruto da jaqueira
Batuque do meu tambor
Ninguém jamais
Vai calar
O samba é forte
Feito o velho Baobá
Compositores:
Valtinho Botafogo
Rogério Lobo, José Carlos
Zé Miranda, Beto Aquino
Pecê Ribeiro e D’Sousa
Intérprete:
Zé Paulo Sierra
Portela
Carrego o teu nome
Aonde quer que eu vá
Em vida e por vidas
Hei de te honrar
Só por te amar
Meu Baobá
Árvore sagrada
Força Yorubá
Luz divina
De Obatalá
Obá obá obá obá
Oranian sou eu
Paulo Benjamim
De Oliveira
Nobre feito
Palha de Omulu
Reencarnado
Nos braços de Nânã
Imortal por natureza
Negra realeza
Dos meus orixás
Tronco enraizado
Pelos ancestrais
Chama ensolarada
De fulgor
Ilumina a “Jaqueira”
Enfeita o azul
No céu
Do Cruzeiro do Sul
Igi osè oh Baobá
Reflete
O lindo arrebol
Envolto pela
Cor lilás
És cura pra dor
És fonte de paz
Igi osè oh Baobá
Mãe África
Quem enviou
Santa semente
Alma viva
Liberdade
Que floresceu
Brasilidade
Maculelê
Maracatu
Tem capoeira
Nas rodas
De Madureria
Vem dançar
O Caxambu
Firma no canto
Surica
Ciata vai
Se orgulhar
O nosso samba
Também é religião
Vi Natal
Baixar terreiro
Assentando o pavilhão
Salve o Rio de Janeiro
Resistência desse chão
Portela revela
Preto da favela
É bacharel
Um “Marco”
Na história
Monarco de glória
Sou Paulo da Portela
O menestrel
Compositores:
Denice Candeias, Robinho
Dimas Mello, Bia Lopes
Nana Alves, Lício Pádua
e Alexandre Osório
Intérprete: Daniel Silva
Igi osè baobá
No azul vai brotar
Senhora do Tempo
Seus filhos
São laços sagrados
E junto a jaqueira
Raiz, firmamento
Vesti, teus galhos
De ojás lilás
Com os orixás
A águia canta
Em forma de oração
A natureza emana a luz
No altar do samba
Oswaldo Cruz
Portela…
O vento sopra
Na aldeia
A lua dorme
E o sol semeia
E colhe os frutos
Para alma alimentar
Tu és…
A mãe
que vai matar
a nossa sede
Tu és…
A fonte
para fome saciar
Nas sombras renasço
Da seca e da dor
No solo sagrado
O negro esplendor
Um fruto ancestral
Raízes que o homem
Não cortou
Muda que não
Se calou
Nos quilombos
E favelas
Brotam flores
De esperança
Jongos e maracatus
A cultura minha herança
Folhas secas
O passado
Semear sabedoria
E cultivar
O meu jardim de poesia
Saluba Nanã Buruquê
Sou filho de Obaluaê
Sambista de Madureira
Quando a sirene tocar
E a Tabajara passar
Portela não é
Brincadeira
Saluba Nanã Buruquê
Sou filho de Obaluaê
Sambista de Madureira
Quando a sirene tocar
E a velha-guarda passar
Portela vai levantar
Poeira
Compositores:
Suel Paiva, Paulo Martins
Ocimar, Professor Aluísio
Antônio Amaral
Rosângela Mendes e
Orlandinho Conceição
Interpretes: Digu’s Silvah
Mônica Moretti e Sidinho
Saluba
Nanã Buruquê
Repousa tuas águas
No tronco
De Igi Osè
Enfeita seus galhos
De Ojás lilás
Na sagrada união
De vegetal e orixás
Árvore da vida
Fonte de energia
Que a fome
E a sede sacia
Nas “voltas
do esquecimento”
Ouviste lamentos
No Portal
Do não retorno
Lembranças
Do sofrimento
No Novo Mundo
Renasceste
Da esperança
Brotaram os frutos
Da negra herança
No Batuque
Do Jongo
Funk e Afoxé
Toda africanidade
Desabrochou
Sob o arco-íris
De Oxumaré
O céu tua negritude
Abençoou
Nos quilombos
E favelas
Galhos para
Todo lado
Pelos becos
E vielas
Profano e sagrado
Na Pequena África
A semente floresceu
A flor do samba
Na Pedra do Sal
Nasceu
Entre Madureira
E Osvaldo Cruz
Surge a azul e branco
Que a todos seduz
Onde o Baobá
Se fez Jaqueira
Berço de bambas
Ninho da Águia
Altaneira
Bate o tambor
Pra eternizar
Ó Baobá…
Unindo África
E Brasil
O samba é raiz
Ancestralidade
Na Portela
Vive a negra
Identidade
Compositores:
Yuri Soares
João Malandragem, Roger Resende
Carlos Fernando Cunha, Nelsinho
Paulinho ZC e Marcelo de Paula
Intérpretes:
Sagrada, majestosa
Resistente na Avenida
Portela apresenta
Um esplendor
Da natureza
Pilar de energia
Dá sentido
E força à vida
É fonte de esperança
E riqueza
No auge
Da sublime inspiração
Cuja luz da criação
Planta a semente
Espalhando pelo
Continente
O amor e a devoção
Dessa gente
Igi osè Baobá
Igi osè Baobá
Seu povo não sucumbiu
Jamais irá se entregar
Axé babá
Nação Yorubá
Árvore fincada
Nos terreiros
Traz proteção
E o vigor
Dos guerreiros
Um elo do Aiyê
Com os ancestrais
Seus galhos vestem-se
De ojás lilás
Saluba Nanã
Motumbaxé
O rufar da Tabajara
Anuncia nossa fé
Sopra vento na savana
Omolu na demanda
De nutrir e curar
Alicerce, raiz
Entre dois mundos
Nossa memória
Não se apagará
O arco-íris
A resplandecer, Oxumaré
O preconceito
Não nos tombará
Germinou maracatu
Funk, jongo, caxambu
Do quilombo à favela
Nasceu o samba
Fruto da cultura popular
Hoje em Madureira
E Oswaldo Cruz
A velha-guarda reluz
Os griôs a nos guiar
Minha águia voou
Além do além-mar
Eu sou Portela
Sou raiz, sou Baobá
Compositores:
Edynel, Marcos Lauriano
Gadinelli, Serginho Cataguases
Márcio Oliveira, Gylnei Bueno
e Marcelo Marrom
Intérprete: Serginho Porto
Igi Osè sagrado Ilê
O templo
Dos meus orixás
Um elo entre
Orun Aiyè
Resguarda a história
Dos meus ancestrais
O ontem, o hoje
O amanhã
Senhora do tempo
A seiva da vida
Saluba Nanã
Teus olhos contemplam
Chegadas e idas
Atotô Ajuberô
A cura do mal
Restauração
Motumbá meu pai Xangô
Na força do Oxê
A proteção
Cruzaram o mar
De Yemanjá
Lembranças resistentes
Do ylê
Em grãos para semear
Heranças de Ilu Aiyê
Além do arco-íris
De Oxumarê
A africanidade
Aporta ao cais
Onde o negro pisa
O solo pra vencer
Alastram-se
Raízes culturais
Surge o maculelê
Caxambú, congada
O maracatú
Vertentes de todo lugar
E na pequena África
O samba
De tronco forte
Não se deixou
Derrubar… (jamais)
Vai voar
A majestosa
Aguia eternamente
Somos resistência
Da corrente
Tão forte qual
Raiz do Baobá
Sou Portela
E vou cantar
Fazer o meu povo
Voltar a sorrir
Ancestralidade
Nagô Yorubá
A árvore da vida
Vai florir
Compositores:
Flávio Bororó, D’Lima
Rodrigão, Thiago P.
Edu Martins, Luan Sukata
e Enzo Moreno
Intérpretes:
Cacá Nascimento
e Igor Vianna
Elo de Orun e Ayê
Tronco forte
Do meu orixá
Raiz de Candeia e Natal
Seiva do carnaval
A majestade
De um Baobá
Em tuas folhas
A cura da alma
Me levam nesse
Azul que acalma
Lembrando os galhos
Que emanam tanto axé
Sou o espelho
De Igi Osé
Sopro mais bonito
Da savana
Óh vento leva
Deixa o vento levar
Saluba Nanã
Vem me abençoar
Óh vento leva
Deixa o vento levar
Pra semente florescer
Em novo lar
Nos quilombos
E favelas
Teus rebentos
Em tambores
O Brasil
E seus valores
Arco-íris
De esperança
Da Praça Onze
À Pedra do Sal
O negro resiste
É voz que não cansa
Portela…
De Paulinho e Monarco
O “espelho” do passado
É orgulho
Em tuas glórias
Portela, minha devoção
É a tua bandeira
E o povo
De Oswaldo Cruz
E Madureira
Planta nesse chão
Mais uma vitória
Axé velha-guarda
Axé pras baianas
O samba é raiz
Na Águia Altaneira
Um Baobá
De gente bamba
Portelense de fé
É nó na madeira
Compositores:
Jotacê, Jojô Varela
e Djony do Cavaco
Intérpretes:
Vitor Cunha e Richars
Mística
Tabanka leva
O meu sonho
De África energia
Que cantamos
Mítica
A Águia sobrevoa
O Baobá
Semente da vida
Mãe protetora
Tronco que abriga
O bravo guerreiro
Da brisa
Serena que sopra
As folhas
Axé que brota do pé
Frondoso imbondeiro
De Gege
Angola e Nagô
A copa imponente
Que olorum criou
A nobreza e a altivez
Com a benção de Olokê
Os raios da manhã
E a luz de Ilu Ayê
Um dia ousaram
Lhe tombar
Seus galhos
Se espalharam
Pelo pelo mar
Resistindo as correntes
Vencedor resiliente
Viva o velho Baobá
Igi Osè
Sou negra
Consciência
Sou negritude
Voz da resistência
A seiva que rompe
As mordaças e grilhões
Renasce nos costumes
E na fé
E as cores
Do arco-iris
De Oxumaré
Tambores que tocam
Na luta
De um Quilombola
No orgulho
De ser favela
Na flor da jaqueira
Da minha escola
Sou eu Portela
Que honra
As tradições
Dos bambas
Da velha-Guarda
A raíz do samba
Vou eternizar
Saluba Nanã, majestade
Sou a Águia Altaneira
Das margens do Rio Bengo
Meu amor eterno dengo
Fincou raiz
Em Madureira
Compositores:
Tadeuzinho
Sidinho da Cuíca Pernambuco
Orlando Freitas
Luiz Carlos D’Avenida
Joca Amaral, Fagundinho
e Cláudia Neves
Intérprete: Leléu
Vou voar…
Nas asas
Da Águia Altaneira
Até o berço
Da humanidade
Uma viagem cultural
Na busca de ganhar
O carnaval
Salubá!
Nanã Buruku
Senhora mãe
De todos nós
Salve ela
A natureza
A rara Igí
Inspiração
Fonte de vida
Reserva d’água
A fruteira que nutri
Alimenta a alma
Reluz o sol…
Em tua volta
Os rituais de axé
Entre o Aiyê
E o orun
Entoa a voz
De meus orixás
Em sintonia na fé
A mais pura vibração
Que faz o corpo
Arrepiar
És a grandeza
De um povo
Na savana
Marcante beleza
Semeada pelas mãos
Do criador
Gigante pela
Própria natureza
Cruzei os mares
E de você
Não esqueci
Pelos porões
Que passei
Acorrentado sofri
E nos jardins
Escuto os passsáros
Sagrados gorgear
Sopra os ventos
Caem as águas
Brotam-se as sementes
Religiosidade meu cantar
Sou negro sim
Me orgulho da cor
E de tantos nomes
Que na arte
Ecoou hoje sou Portela
Raiz do samba
A resistência
Trago no peito
A saudade lembranças
De um passado
Que ficou
Recordar
A minha história
É viver
Das glórias
Um amanhã melhor
Bate o tambor
Batuqueiro
A essência
De um povo
Gueirreiro
É exemplo de vida
Ancestralidade milenar
Tronco frondoso
Igi Osè Baobá
Compositores:
Bita da Portela, Jorge Nascimento
Joseth Rodrigues, Wagner Escóssia
Jorge PQD, Roberto Brandão
e Roberto Garrido
Intérpretes:
Clovis Pê e Lid de Souza
Portela
Pede agô ao orixá
Igi Osè Baobá
Árvore sagrada
Da vida
Do Ylê de Yourubá
Sou negro de lá
Guerreiro de Oyó
Com muito respeito
No abraço te beijo
Pra sorte alcançar
Estrela que brilha
No céu
Conduz o meu caminhar
Minha águia altaneira
Tão linda faz arrepiar
Saluba Nanã
Oh, mãe de todos nós
Em suas águas
Poder divinal
Atotô, pai Omulu
Cura o Aiyê
De todo mal
Baobá, Baobá
É quem me dá
Proteção
Estende a mão
Pra me levantar
Com a permissão
De Oxalá
O tempo dá
O tempo tira
Batendo palma
Firma ponto
Nessa gira
É fonte
Pra matar a sede
Pra fome dá frutos
E acolhe os animais
Jogado ao mar
Foi refém
Da escravidão
Dor, lamento e prece
O adeus não apaga
A saudade
Vidas, sementes
E religião
Em terras distantes
A germinar
Na fé de Oxumaré
O arco-íris
Vem abençoar
O Rio de Janeiro
Movimentos culturais
E o samba
Na praça onze reinará
Nas raízes
De Paulo da Portela
Em Oswaldo Cruz
A emoção embala
O coração
Da velha guarda
E das baianas
No batuque
Do tambor da Tabajara
Chegou a hora Portela
De Madureira cantar
O show já vai começar
Comunidade
É tempo de devoção
Hoje tem samba no pé
Magia e muito axé
Compositores:
Caixa D’Água, Madalena
Ângelo Campeão, Carlinhos Dias
Zé Guerra, Dora e Junior
Intérprete: Wantuir
Ê, Baobá…
Diz pro tempo
Ter sossego
Que seu tempo
É devagar
Ê, Baobá…
Diz pro povo
Não ter medo
Quando o vento
Esbravejar
Ê, Baobá…
Mostra que o que
Vem de dentro
Ninguém vai
Acorrentar
Flor de Olorum
No Ayê de Madureira
Tia baiana
Quando erê baixou
Menina moça
Mão de batuqueira
Com talabarte
Do seu bisavô
A velha-guarda
Guarda a história
Inteira
Que em pedaços
O guri catou
Água de Nanã
Baldeou no ventre
Semeou na gente
A força dos quadris
Todo Igi Osè
É como um portelense
Segue em frente
Porque tem raiz
Maré vem
Maré vai
Maré não deixa
Esquecer a dor
Do cais BIS
E no chão
de Obaluaiê, Atotô
A semente do Baobá
Se espalhou
Maracatu, caxambu
Jongo, embolada
Capoeira e congada
Batucada é nossa lei
E logo ali
Debaixo do viaduto
Imbondeiro
Já deu fruto
Na ginga do DJ
É madeira
É madeira
Paulo, Caetano
Rufino e Natal
É madeira
A velha jaqueira
Guardiã do meu
Carnaval
Compositores:
Rafael Faustino, Raphael Gravino
Mika Arigoni, Celsinho de Andrade
Paulo Marechal, Júnior Diniz
e Gustavo Manhente
Intérpretes:
Carlos Júnior e Rafael Faustino
Igi…
Floresce no Aiyê
Feito Estrela
que brilha no Orun
Sagrado…
Divino poema
De Obá Olorum
No tronco
A seiva da vida
Que nutre a terra
E cura feridas
Em toda raiz
Há fundamento
Há nossa história
Tanto sentimento
É força que nos
Leva a caminhar
Quem testemunha
O tempo é Baobá
Voz que sopra
Como o vento
É Baobá
Deixa a gira girar
Chama a mãe pra benzer
Ervas pra defumar
É dia de xirê
Tem águas de Oxalá
E Nanã Buruquê
A sua sombra
Fundamenta meu Ilê
Se um dia
Nos tentaram ocultar
Falsificar
Nossa verdade
Mas a missão
Foi de perpetuar
A nossa africanidade
No meio de
Tantas sementes
O samba brotou
Se fez resistente
“Em cada palmo de chão”
Foi linha de frente
Ah, minha Portela
Lindo é ver
Os frutos
Que você plantou
E se for falar
De nossa história
São tantas memórias
Nem vou terminar
“Sou nó na madeira”
Raiz, Baobá
Salve a Velha-Guarda
ôô, ôô
Sou o legado
De um passado vencedor
Eu quero ver tombar
A nossa jaqueira
Onde mora o ninho
Da Águia Altaneira
Compositores:
Júnior Falcão, Brian Ramos
João Victor Albuquerque
Marcello Albuquerque
Arnaldo Junior, Carlos Souza
e Guilherme Kauã
Intérprete: Ciganerey
Mãe África
Regresso ao teu
Solo sagrado
Pelos Orixás abençoado
Para reencontrar
A força do teu chão
Baobá, tão alto
Parece tocar o céu
Forte como o machado
De Xangô que evoca
Tua proteção
Kaô, Kaô
Omulu…
Dono da terra
Cura qualquer
Maldição (Atotô)
Guarda as águas
Calmas de Nanã
Na luz dourada
Da manhã
Desperta a natureza
Vem a coragem
Para enfrentar
A pior página
Da História
A cada volta
Um apagar da memória
Mesmo com tanto
Sofrimento
Tua força e meu nome
Não cairão
No esquecimento
Proíbem meu culto
E prendem meu corpo
A fé me conforta
Nasce o quilombo
Morre a chibata
Toda vida
Negra importa
Liberdade
O negro batuca
Pela cidade
Espalha cultura
Africanidade
Da Praça Onze
A Pedra do Sal
Em Madureira
Raiz suburbana
Reina a Velha-Guarda
Do samba
Com a Tabajara
Gira a baiana
Sementes que eu plantei
Renasce a África
No mundo azul
E branco que criei
No vôo da Águia
O meu coração
Se deixou levar
Portela é Baobá
Que ninguém
Vai derrubar
Igi Osè
Salve o samba
Saravá
Compositores:
Márcio André Filho
Rafa do Cavaco, Gisele Kattar
Gonçalves e Fábio TK
Intérprete: Nêgo
Lasca de tempo
Na couraça de madeira
Na sagrada Madureira
Deus senhor é Baobá
Machado que bate
Na terra não corta raiz
Templo da alma
Olho espreito de juiz
Oh mãe que pinta o chão
Com teus galhos
Na veste lilás
Do orvalho
Que reflete seu ojá
Não há mal
Que prevaleça
Onde mora orixá
Conversa o vento
No azul do horizonte
Pede que
O sol lhe conte
Onde nascem
As sementes
Sob a tua
Sombra certamente
Cada ensinamento
Guarda uma direção
Pelas voltas
Do destino
Me leva…
Pra esquecer
O desatino
Se entrega…
É força que vem de lá
Lembrança de Ajudá
Na esperança
De um dia retornar
Prece em desalento
No oceano
Navega minha alma
Nas águas do banzo
Quando o casco
Não aguenta mais
Há um solo
Além do cais
Nas cores
Que pintou Oxumaré
Portela…
De Paulo Manaceia
E Candeia
Clara e seus
Contos de areia
Herança de Rufino
E Natal
Tem maculelê
Jongo e maracatu
Tambor de crioula
Na dança do caxambu
Tia Ciata mandou avisar
Deixa o meu povo cantar
Compositores:
Thiago na Fé, Bruno Lima
Son do Tramela, Jairo Pestana
Humberto de Oliveira
Ériton Branco e Felipe Quirino
Intérprete: Leozinho Nunes
Igi Osè
Esteio da existência
Sagrada árvore
Da vida
Da onipotência
União e fé
Os ramos de Baobá
Saúdam Nanã
Mãe da criação
Suas águas consagram
O nosso chão
Cure a Terra ferida
Da dor, Atotô
A semente de outrora
Fez germinar
As memórias
Que o Rei não apagou
E do solo
De Benin em Ajudá
Somos “raízes”
Deste lugar
Ao navegar
Evoco a força
E a resistência
A herança percorre
Nas veias
Essa é a nossa essência
Apesar da inconsciência
Minha cor
Não vai desbotar
Vim da África
Para um novo
Solo fincar
Oh pai
De muitas sementes
Plantei, colhi, cresci
De tantas culturas
Fiz do samba
A diretriz
Dos mestres
Eu sou aprendiz
O canto da águia
Me faz encantar
Portela…
Meu templo, o altar
Hoje colhemos
Os frutos
Que a terra nos dá
No batuque
As baianas vão girar
Visto o manto azul
E branco com amor
Os malandros vão gingar
As mulatas vão sambar
Minha escola a desfilar
No batuque
As baianas vão girar
Visto o manto azul
E branco com amor
Os malandros vão gingar
As mulatas vão sambar
O samba não morrerá
Locutor nas escolas de samba do Rio de Janeiro.
Analista de Sistemas, Jornalista (RG 39675/RJ).
Radialista, Compositor e Intérprete.
Repórter do site Carnaval Carioca.