Inocentes de Belford Roxo
“Debret pintou, camelô gritou:
Compre 2, leve 3. Tudo para agradar o freguês”
Carnaval 2024

APRESENTACÃO

O carnaval é a construção de um sonho. A cada ano um novo enredo e com ele a materialização de algo que foi concebido em nossas mentes para ser compartilhado com todos aqueles que se deixam envolver por essa festa. Uma brisa de magia que emana em forma de música, canto e dança. Uma aura de comunicação que integra todos nós em um só sentimento: a esperança de alcançar a vitória!

Ao aportar em terras tropicais, a família real trouxe a missão artística francesa formada por grandes artistas para dar início ao ensino regular das artes no Brasil. A missão tinha uma alma, Jean- Baptiste Debret – artista iluminado que com suas mãos habilidosas e olhar genial criou a primeira bandeira do Brasil, fundou a Academia Imperial de Belas Artes e retratou e documentou cenas do dia a dia do Rio de Janeiro com precisão. Dono de grande sensibilidade, mostrou através de suas pinturas a importância do comércio ambulante nas ruas do Rio e do Brasil colonial. E assim a nossa história começa a se desenrolar.

O comércio nas ruas atrai várias etnias, como: árabes, turcos, entre outros. Todos atraídos pelo comércio que estava a prosperar e com a multiplicação dos camelôs através dos tempos nos mercados, trens, ônibus, nas praias sob sol escaldante, bem como nas feiras livres. São batalhadores incansáveis, sempre com um sorriso no rosto e bordões que fazem o povo sorrir: “moça bonita não paga, mas também não leva!” “chora que a mamãe paga” e “olha o ovo que a galinha chorou”.

É o comércio ambulante pulsando nas veias da cidade, contribuindo com a economia, criando mitos e heróis. Entre os mais famosos temos Sílvio Santos, que saiu das ruas da Lapa para a tela da televisão, David Portes, que começou a vender doces nas ruas do Rio e hoje é um milionário palestrante mundial e dono de franquias e Rick Chester, que de vendedor de água nas ruas de Copacabana se tornou um rico influencer e palestrante da Universidade de Harvard nos Estados Unidos.

Os camelôs não se restringiam às ruas, eles também estão presentes nos mercados populares em todo o país, como Mercado Ver-o-Peso, em Belém do Pará; o Mercado Modelo, em Salvador, na Bahia; o Centro de Tradições Nordestinas, no Pavilhão de São Cristóvão, no Rio de Janeiro; o Mercadão de Madureira, também no Rio de Janeiro; o Mercado Municipal de São Paulo e o Mercado Municipal de Belo Horizonte, na Central do Brasil.

Na Uruguaiana, os camelódromos trazem reunião de ambulantes de quase todo mundo para comprar e vender as mais diversas mercadorias nacionais e importadas (vindas de vários países). No passado os produtos vinham do Paraguai e atualmente a predominância nas lojas é de mercadoria chinesa, graças a uma parceria comercial entre Brasil e China que completa 50 anos em 2024.

Sendo assim, a Inocentes de Belford Roxo vem mais uma vez exaltar a arte desses heróis anônimos que ajudam, através da sua arte de vender, a impulsionar a economia do Brasil com muito bom humor, alegria e simpatia.

E assim seguimos o caminhar do comércio ambulante e percorrendo a sua trajetória constante como um elo que une o passado ao presente, contribuindo assim para o crescimento da nossa nação.

Carnavalescos
Cristiano Bara e
Marco Antonio Falleiros

 

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Jorge Soares

Búzios já foi homenagem não lembro dos camelos. Parabéns inocentes.

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